Incertezas tornam aportes em mineração mais seletivos

Bruno Porto - Hoje em Dia
23/06/2013 às 09:53.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:23

(Marcelo Prates/Arquivo Hoje em Dia)

Apesar de incertezas sobre o apetite mundial por minério de ferro, as mineradoras e especialistas no setor confiam em preços competitivos para a commodity até o final de 2013 e na manutenção de projetos de ampliação de capacidade em andamento, mas apontam maior disciplina para novos investimentos. O preço do minério deve oscilar em torno de US$ 120 a tonelada e a valorização do dólar frente ao real poderá, no médio prazo, anabolizar os balanços financeiros das companhias do setor.

“Até o superciclo de valorização das commodities, a ordem era diversificar investimentos para aproveitar o preço. Agora, com uma mudança de cenário, o movimento é de racionalização do portfólio, com foco em projetos fortemente ligados aocore business das empresas”, diz o sócio-líder de energia e mineração da Ernst Young, Carlos Assis.

Ele confia em um patamar de preço próximo de US$ 120 por toneladas neste ano, mas prevê fortes oscilações no médio e longo prazo.
 
“Para se ter uma ideia de quão incertas estão as previsões, o Goldman Sachs divulgou previsão de US$ 80 por tonelada para o minério em 2015. Na mesma data, o Deutshe Bank projetou US$ 146 para o mesmo período”, informa Assis.

A Vale, maior mineradora de ferro do mundo, informou em seu último balanço financeiro que espera, para este ano, preços semelhantes aos da média de 2012, que foi de cerca de US$ 128.

O sócio da PwC e especialista em mineração Ronaldo Valiño destaca o fator câmbio como favorável às companhias e acredita que o volume produzido vai compensar uma possível redução de preços.

“Temos sinais positivos de demanda nos Estados Unidos e outros países em processo de urbanização, como Indonésia e África do Sul. Com o dólar valorizado, os balanços das empresas, que em um primeiro momento podem apresentar elevação do endividamento em moeda estrangeira, posteriormente sofrerão impacto positivo, uma vez que seus custos são em reais e as receitas, em dólar”, observa.

Valiño ainda avalia que a desaceleração da demanda é temporária e que as empresas não abandonarão projetos de ganho de produção. Para ele, projetos com boa qualidade de minério de ferro e custos baixos de produção sempre estarão na pauta das mineradoras. “Não há pessimismo no médio e longo prazo. Há maior seletividade de projetos, mas ninguém parou de investir”, afirmou.

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