Em nota enviada à imprensa no início da tarde desta terça-feira (10), o Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) informou que entrará com um pedido de reintegração de posse da sede do órgão ocupada por manifestantes desde a última segunda-feira (9). Segundo a assessoria do Incra, os integrantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) descumpriram o acordo que previa a desocupação do prédio às 12 horas desta terça-feira. 

 

Por causa disso, o Incra cancelou a reunião prevista para as 14 horas e informou que o superintendente, Danilo Araújo, não negociará com líderes da LCP. Ainda de acordo com o órgão, na segunda-feira (9), os manifestantes mantiveram aproximadamente 60 servidores da superintendência em cárcere privado por mais de duas horas e só foram liberados após a chegada da Polícia Militar (PM). Alguns funcionários também teriam sido agredidos. 

 

O grupo, de aproximadamente 100 pessoas, protesta contra o despejo de famílias instaladas há 15 anos em terras no Norte de Minas. Entretanto, conforme o Incra, eles ainda não entregaram nenhuma pauta de reivindicações. "Porém, a maneira com que a LCP tem conduzido a ocupação não permite qualquer avanço. O Incra/MG ressalta que respeita manifestações feitas de forma democrática, mas que elas precisam ter razoabiliadade e não ameaçar a integridade dos servidores para serem legítimas. Além disso, a falta da pauta de reinvindicações impossibilita qualquer solução por parte dos gestores", concluiu a nota.

 

A Polícia Militar confirmou que foi acionada para conter os manifestantes na segunda-feira e que houve um princípio de tumulto. No entanto, militares do 22° Batalhão garantiram que a situação está pacífica nesta terça-feira e que não houve nenhuma confusão na sede do Incra, localizada no bairro Cruzeiro, região Centro-Sul da capital mineira.