Integrantes de movimentos sociais acampam no TJMG: "viemos preparados para ficar vários dias"

Rosildo Mendes - Hoje em Dia
11/11/2013 às 18:56.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:05

(Frederico Haikal/Hoje em Dia)

Cerca de 50 representantes dos movimentos "Luta Popular, Conlutas" e moradores da ocupação "Willian Rosa" acamparam, na tarde desta segunda-feira (11), em uma área interna do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), no Centro de Belo Horizonte. Com colchões, travesseiros, barracas e até fogão, os invasores afirmam que só sairão do local após conversar com o presidente do TJMG.  Um dos coordenadores do movimento integrante da Central Sindical e Popular (CSP), Lacerda dos Santos Amorim afirmou que o tribunal está pressionando a Polícia Militar (PM) para cumprir a ordem de despejo das 3.500 famílias que ocuparam uma área de 210 mil metros quadrados da Ceasa, no bairro Jardim Laguna, junto à avenida Severino Ballesteros, em Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte.    Desde o dia 16 de outubro deste ano, há uma ordem judicial de reintegração de posse que ainda não foi cumprida pela Polícia Militar (PM). “Só sairemos daqui depois de sermos ouvidos. Temos uma reunião do o governador Antonio Anastasia esta semana. Infelizmente, o TJMG que nos retirar do terreno antes deste encontro”, explica. Segundo ele, a ocupação ocorreu de forma pacífica e o grupo não quer fazer nenhum tipo de arruaça. “Viemos preparados para ficar vários dias, se for preciso”, alerta ele.    A assessoria do TJMG confirmou a invasão, destacando que o presidente do Tribunal, desembargador Joaquim Herculano Rodrigues, informou que as questões já estão na Justiça e não vai interferir nos casos. Ainda segundo o tribunal, o presidente do TJMG disse ainda que existem medidas judiciais para os moradores protestarem contra as decisões.    Na semana passada, durante uma assembleia na sede da 2ª Região da PM, no bairro Novo Eldorado, com representantes dos invasores, da prefeitura de Contagem, Ceasa e do Governo de Minas foi agendado uma reunião com o governador. O objetivo do encontro é tentar solucionar o impasse amigavelmente, sem o uso da força.    De acordo com o major Sérgio da Silva Dourado, assessor de comunicação da 2ª Região da PM, a previsão é que a saída das famílias aconteça de maneira pacífica e tranquila nos próximos dias. “Não queremos usar a força física para retirar as pessoas do terreno, mas se for preciso, faremos”, explica ele. O major destaca que o governador se comprometeu a receber os líderes do movimento ainda nesta semana, o que foi confirmado pelo representante dos invasores.    Na pauta de reivindicações dos invasores está uma bolsa moradia no valor de R$ 500 ou a indicação de outro terreno para acampar todas as pessoas até uma solução definitiva. “Se formos atendidos, sairemos numa boa do terreno invadido”, avisa Lacerda.   Outra opção, segundo o representante, é cadastrar todas as famílias no programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, e garantir o benefício.

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