Sind-Rede

Internado no Hospital João XXIII, professor ferido em protesto na porta da PBH tem quadro estável

Lucas Sanches
@sanches_07
25/03/2022 às 13:18.
Atualizado em 25/03/2022 às 14:03

Feridos foram levados pelo Samu para um hospital particular (Google Stret View/Rerpodução)

Atingido com golpes de cacetete, além de efeitos de spray de pimenta e gás lançados pela Guarda Municipal, o professor Wanderson Rocha, membro do Sind-Rede, está internado em no hospital de Pronto-Socorro João 23 e o estado de saúde dele é estável. Ele estava em uma vigília na porta da prefeitura da capital durante pronunciamento do chefe do executivo, Alexandre Kalil (PSD), quando o grupo foi surpreendido pela ação das forças de segurança.

Em contato com a reportagem do Hoje em Dia, a esposa de Wanderson, Diana de Cássia Silva, que também é professora da rede municipal, não soube explicar como o ato, que tinha objetivo e ações pacíficas, terminou em tamanha confusão.

"Quando a tropa de choque veio para cima dos professores, bateram na cabeça do meu marido. Ele ficou desacordado, e estava sangrando quando foi levado ao hospital. A tomografia já foi feita e, enquanto ele espera pelo exame de raio-x, está recebendo remédios para a dor", explica.

Indignada, Diana não poupou palavras ao prefeito da capital, e questionou o tratamento dado pelo Executivo à categoria, que está em greve desde a última semana em defesa do cumprimento do piso salarial nacional.

"É um absurdo tratar a educação como se fosse um caso de tortura. Nós estamos em um   país com a liberdade de manifestar, e o governo Kalil fez isso com os profissionais", desabafa.
"A pergunta que fica é: Alexandre Kalil, qual o objetivo em fazer isso com os professores? Você quer matar, exterminar os professores?", finalizou Diana.

Greve

A categoria está de braços cruzados desde 16 de março e reivindicam a recomposição salarial de acordo com o Piso Nacional da Educação. Conforme o Sind-Rede, a proposta feita pela Prefeitura de reajuste de 11%, pagas em duas parcelas, sendo 5% em agosto de 2022 e 6,77% em janeiro de 2023, é insuficiente para garantir o valor do piso.

Na terça (22), uma assembleia realizada na Praça da Estação, no Centro de BH, determinou a manitenção da greve por tempo indeterminado. Na ocasião, a PBH informou que respeita o direito à livre manifestação da categoria, mas lamenta que propostas que atendem “a pleitos históricos tenham sido rejeitadas, incluindo a antecipação do pagamento de parte do saldo remanescente do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) a servidores ativos lotados na Secretaria Municipal de Educação". Segundo o Executivo municipal, o valor a ser pago, inicialmente, será de R$ 1.150, podendo haver complementos até o final do ano, caso haja saldo para essa finalidade”. 

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