Motoristas e passageiros de ônibus reclamam que o congestionamento já é reflexo da interdição do Viatudo Sarah Kubitschek, conhecido como Viaduto B, no Complexo da Lagoinha, onde ocorrem obras de alargamento, assim como o fechamento de um trecho da avenida Paraná, nos quarteirões entre as Ruas dos Caetés e Tupis, que passa a valer nesta terça-feira (8). A interdição na Paraná faz parte da segunda etapa de implantação do BRT (sigla em inglês para Transporte Rápido por Ônibus), na área central da capital.

A retenção começava ainda na avenida Pedro II, antes do elevado Castelo Branco, no sentido centro. O problema se agravava com a proximidade com o viaduto B. O desvio, pela avenida Antônio Carlos, ficou com o movimento bastante intenso. Ainda na Praça do Peixe, na região da Lagoinha, um corredor de carros, ônibus e até motocicletas se formava na via. A situação só melhora depois da rua dos Guaranis, chegando ao centro nos arredores do Mercado Central.

O trocador de ônibus da linha 3302A (Nova Pampulha/Hospitais), Ricardo Martins, que precisa passar pelo Complexo da Lagoinha todos os dias, reclama da situação do trânsito. "A BHTrans tinha que ter pensado em outro tipo de desvio. Por exemplo, passando pelo elevado Castelo Branco, assim a gente não precisaria pegar esse trecho Antônio Carlos". Ele diz que com a alça do Viaduto B fechada e a interdição da Paraná o problema se acumula e dificulta a vida de quem precisa passar pelo trecho diariamente. "Isso aqui afunila e vira caos”, disse.Para ele, a situação não deve melhorar nos próximos dias. "Hoje é só o primeiro, mas vai continuar problemático com certeza", afirmou.

A cozinheira Roseli Oliveira, 42 anos, estava atrasada para visitar a vizinha internada na Santa Casa, na área hospitalar. "Não sabia que o trânsito ia estar ruim deste jeito. O problema é que a menina que está com a minha vizinha precisa trabalhar e eu ia trocar com ela, ser a acompanhante, mas o trânsito complicou a vida", afirmou.

Com o trânsito lento, a passageira Roseli Oliveira (à esquerda), de 43 anos, se atrasou para o compromisso

Segundo a BHTrans, o trânsito na região está dentro da normalidade e algumas pessoas ainda estão desinformadas sobre as interdições na área central de Belo Horizonte.

Interdição Complexo da Lagoinha

Parte do trânsito no Viatudo Sarah Kubitschek, conhecido como Viaduto B, do Complexo da Lagoinha, foi interditado, na segunda-feira (7), para obras de alargamento da alça. As obras haviam sido interrompidas em 17 de dezembro para dar maior fluidez no trânsito no período natalino. A previsão é que as intervenções terminem no dia 31 de janeiro.

Conforme anunciado pela BHTrans, a interdição total do trânsito ocorre na alça Pedro II/Olegário Maciel, no bairro Carlos Prates. Calcula-se que 62,3 mil veículos trafegam pelo entorno diariamente. A interdição foi feita pela primeira vez no dia 12 de novembro; as obras estão sendo executadas pela Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital).

Mas, a BHTrans alerta que nada muda para quem passa pela outra alça do Viaduto B, que dá acesso da avenida Antônio Carlos à Rua dos Caetés.

Interdição Paraná

A partir desta terça-feira, começam as intervenções na avenida Paraná, nos quarteirões entre as ruas dos Caetés e Tupis, no sentido Praça Rio Branco (da Rodoviária)/Mercado Central. A interdição faz parte da segunda etapa de implantação do BRT. A primeira fase aconteceu na avenida Santos Dumont, entre maio e novembro de 2012.

Nessa etapa de obras, apenas o sentido Praça da Rodoviária/Mercado da avenida Paraná será fechado a ônibus e carros. Informativos com a relação das linhas de ônibus que tiveram o itinerário e os pontos de embarque e desembarque alterados e o mapa da interdição estão sendo distribuídos em lojas, locais de parada dos coletivos e nas imediações da região afetada pelas obras. Além disso, os usuários podem consultar a lista das linhas afetadas aqui no portal e também através no telefone 156 (BH Resolve).

Ao todo, 39 linhas de ônibus da BHTRANS e 45 gerenciadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) serão afetadas nessa etapa da obra.
Conforme a BHTrans, as calçadas continuarão liberadas aos pedestres. Com o BRT, as avenidas Santos Dumont e Paraná ficarão exclusivas para a circulação dos ônibus do sistema, dos pedestres e das bicicletas.

A avenida Paraná tem um volume diário médio de 28.500 veículos, sendo que entre 18h e 19h, horário de maior movimento na avenida, passam 2.400 veículos pela via. Atualmente, nos horários de pico da manhã, 8.400 passageiros utilizam pontos de embarque e desembarque nessas duas avenidas. Com o BRT, esse número passará para 14.500 passageiros. Nos horários de pico da tarde, o número de usuários de ônibus na Paraná e na Santos Dumont subirá de 7.500 para 13.000.

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