Os investigados pela Polícia Federal na Operação Loki prestarão depoimentos nesta sexta-feira (7) em Campo Belo, no Centro-Oeste de Minas. Entre os suspeitos está o presidente da Câmara Municipal da cidade, vereador Hélio Donizete Mendes. 

 

Segundo o delegado da PF em Varginha, João Carlos Girotto, o envolvimento não é da Câmara de vereadores, mas apenas do parlamentar, que é contador na cidade há mais de 30 anos. "Este senhor usava as dependências da Câmara como uma espécie de extensão de seu escritório particular de contabilidade", afirmou. O vereador tentou se explicar dizendo que trabalhava apenas em casa, mas uma placa afixada bem na entrada da residência dele indica como um segundo endereço, a Câmara Municipal. 

 

O delegado informou ainda que as investigações acerca do esquema de falsificação de documentos para obter aposentadorias em Campo Belo teve início há um ano, período em que as ações do grupo passaram a ser meticulosamente acompanhadas. Pelos cálculos da polícia, o grupo vinha agindo na cidade há cerca de três anos e resultaram em um prejuízo estimado de mais de R$ 1 milhão aos cofres do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 

 

Em uma reunião realizada na Câmara Municipal na tarde desta quinta-feira, os demais membros da casa decidiram manter Hélio Donizete no cargo de presidente, enquanto aguardam a conclusão das invstigações da Polícia Federal. Todo o material apreendido na casa do vereador, no escritório de contabilidade e outros locais onde atuavam os demais suspeitos, foi encaminhado ao Fórum da cidade e está em poder da Justiça.

 

Ao todo foram expedidos 14 mandados de busca e apreensão em residências, escritórios de contabilidade e na Câmara Municipal. Ainda segundo a PF, foi pedido à Justiça Federal de Lavras o bloqueio de contas bancárias de investigados. E, além do vereador, pelo menos outras 14 pessoas envolvidas com as fraudes, até agora identificadas como beneficiários, assim como empresários devem ser ouvidos nesta sexta.