Samba de olho puxado

Japonesa quebra paradigma e rouba a cena em desfile na Afonso Pena

Angel Drumond
redacao@hojeemdia.com.br
21/02/2023 às 18:43.
Atualizado em 23/02/2023 às 09:15

Michiru Sadame (Arquivo Pessoal)

Sempre que o assunto é Brasil, uma das primeiras coisas que os estrangeiros associam é o samba. O país é, para muitos, o local daquele Carnaval que mexe e balança todo mundo. Porém, em Belo Horizonte, a Rainha da Bateria do  Bloco Caricato Aflitos do Anchieta, Michiru Sadame, uma japonesa da cidade de Osaka, mostrou que esse gingado poderá ser visto em qualquer parte do mundo, desde que estudado e praticado com muita vontade e dedicação.

“Isso é muito movido pelo grande esforço que eu faço pela dança e pelo samba, a dedicação pelo estudo, aprimoramento da técnica que é o principal foco, sem esquecer do carisma que é fundamental para uma Rainha. É muito difícil o reconhecimento de uma estrangeira no Brasil fazer sucesso no samba e serviu como uma quebra de paradigma e que me deixou muito feliz”, disse a Rainha.

Casada com um brasileiro, e recém-chegada a BH, a asiática, de 36 anos, falou como conheceu o samba e principalmente como se apaixonou pela folia.  

“Foi na época que conheci a capoeira, e conheci muitos brasileiros no Japão. Então, comecei a ir a muitos shows, e não conhecia o samba ainda, não eram somente shows de samba, mas eram espetáculos de dança, com muitos brasileiros participando em que se apresentavam com vários estilos de dança como o jazz, músicas latinas e tinha o samba também. Eu comecei a assistir sempre e gostei muito. Tive muita vontade de aprender, não somente o samba, mas várias danças simultaneamente. O Carnaval é bem famoso no Japão, mas vim a conhecer mais a fundo depois que conheci a turma de brasileiros que jogavam capoeira”, declarou Michiru. 

Michiru foi eleita Rainha da Bateria no início do mês. O resultado revelado pelos jurados trouxe muita surpresa para ela e o marido. Além de desfilar pelo Bloco Caricato, nesta terça-feira, Michiru vai também compor a comissão de frente da Escola de Samba Acadêmicos de Venda Nova. 

“Foram sentimentos e momentos muito diferentes. No primeiro momento, demorou muito para cair a minha ficha, não estava acreditando que tinha sido eleita a Rainha da Bateria e aos poucos fiquei muito emocionada e muito feliz por ter sido eleita. Por mais que eu pensasse que era muito boa dançando, eu achei que jamais poderia competir com uma dançarina local, principalmente pela tipo físico e por características, como ser mais baixa, ter o ‘olho puxadinho’, e foi muito importante eu mostrar e ser admirada pela dança pelos próprios brasileiros na terra do Carnaval”.

Michiru Sadame afirmou que o samba é sua grande paixão, até porque ganha o seu dinheiro ensinando a arte a outras pessoas, mas ela, que vai abrir aulas de dança na capital mineira, também avisa que outras danças fazem parte da sua rotina. 

“Como professora de dança, o samba é a minha principal modalidade, pois eu dou aula e é a que eu mais domino em todos os aspectos, principalmente quando ouço a bateria tocar ao vivo, isso mexe comigo e realmente não consigo ficar parada. Além disso, eu danço ritmos de axé, salsa, ritmos latinos e também o balé”, finalizou. 

Confira as fotos de Michiru antes do desfile e nos ensaios do Bloco Caricato Aflitos do Anchieta:

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Michiru Sadame (Arquivo Pessoal)

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