Júri popular dos membros da Galoucura acusados de matar cruzeirense atrasa em uma hora

Izabela Ventura e Ana Clara Otoni
30/01/2013 às 09:37.
Atualizado em 21/11/2021 às 21:27
 (Marcelo Prates/Hoje em Dia)

(Marcelo Prates/Hoje em Dia)

O julgamento dos seis integrantes da Galoucura acusados de participar da morte do cruzeirense Otávio Fernandes, de 19 anos, em 2010, marcado para começar às 8h30 dessa quarta-feira (30), atrasou em uma hora, no 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. O juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes avisou, por volta das 8h30, aos presentes que a expectativa era de que os trabalhos começassem em meia hora, mas às 9h20 aina não haviam sido iniciados. Vários integrantes da Galoucura estavam presentes no fórum, nenhum deles uniformizados, mas todos, como um mesmo discurso: o de que os réus são inocentes e que estão sendo injustamente culpados simplesmente por pertencerem à torcida organizada.

A fase de instrução do júri popular será a primeira a ocorrer, em seguida serão realizados os debates e a leitura da sentença. Todo o processo, porém, pode demorar, já que a fase de discussão entre defesa e acusação dure até nove horas, conforme o juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes. Ao todo, devem ser ouvidas 29 testemunhas. O promotor Francisco de Assis Santiago acredita que não terá dificuldades em condenar os réus. “Com a condenação, o júri será um marco para o fim das torcidas organizadas”, afirmou.

Tanto a defesa quanto a acusação poderão executar vídeos para o Conselho de Sentença. Cláudio Henrique Sousa Araújo, o Macalé, Marcos Vinícius Oliveira de Melo, o Vinicin, e João Paulo Celestino Souza serão julgados por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e formação de quadrilha. Já Eduardo Douglas Ribeiro Jesus, Josimar Júnior de Sousa Bastos e Windsor Luciano Duarte Serafim respondem por formação de quadrilha. Antes do início do julgamento, eles já encontravam-se no Fórum Lafayette.
 
O presidente da organizada Roberto Augusto Pereira, o Bocão, e o vice-presidente, Willian Tomaz Palumbo, o Ferrugem, e Diego Alves Ribeiro respondem por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e formação de quadrilha, mas serão julgados em outra data já que o processo foi desmembrado. Ainda também não há data de julgamento de Wellerson Tadeu Gomes e Carlos Eduardo Vieira dos Sanos, que respondem por formação de quadrilha, e Matheus Felipe Magalhães que responde por homicídio qualificado e formação de quadrilha.
 
Adiamento
 
O júri dos seis réus denunciados pela morte de Otávio Fernandes estava marcado para 13 novembro do ano passado mas foi adiado devido à exibição de vídeos do You Tube que não constavam no processo e eram desconhecidas do Ministério Público. Segundo o Tribunal de Justiça, a defesa dos réus também alegou que estavam faltando imagens da chegada das torcidas organizadas ao local do crime em um vídeo juntado ao processo na fase de inquérito.
 
Na ocasião, o juiz Glauco Soares encerrou a sessão e determinou que o vídeo fosse anexado ao processo e pediu vista ao Ministério Público. As imagens mencionadas pela defesa já foram localizadas e estão disponíveis para uso no julgamento desta quarta-feira.
 
Entenda o caso
 

No dia 27 de novembro de 2010, Otávio Fernandes e outros torcedores do Cruzeiro foram cercados por integrantes da Galoucura, na avenida Nossa Senhora do Carmo, no bairro São Pedro, Região Centro-sul de Belo Horizonte. Os cruzeirenses conseguiram correr, mas Otávio foi espancado até a morte por, pelo menos, 12 atleticanos.
 
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, os agressores estavam em um evento de luta livre no Chevrolet Hall. Ao ficarem sabendo da chegada de membros da torcida rival, o grupo teria saído da casa de shows e agrediram cinco torcedores, “com ações extremamente violentas”, utilizando paus e cavaletes, e que culminou na morte de Otávio. Câmeras de vigilância registraram o fato e a crueldade dos torcedores alvinegros.

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