Justiça confirma condenação de empresário que matou o sócio em boate

Ernesto Braga - Hoje em Dia
04/02/2016 às 07:49.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:18

(Cristiano Couto)

Seis anos e meio após o assassinato do empresário Gustavo Felício da Silva, de 39 anos, na boate Pantai Lounge, bairro Cidade Jardim, região Centro-Sul de Belo Horizonte, Leonardo Coutinho Rodrigues Cipriano, de 38, teve a condenação a 14 anos e seis meses de prisão por homicídio e ocultação de cadáver confirmada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Eles eram sócios na casa noturna.

Leonardo confessou o crime e foi condenado em primeira instância (1º Tribunal do Júri) a 16 anos e seis meses de prisão, em 12 de fevereiro de 2015. Mas recorreu e respondia em liberdade. Na terça-feira passada, a 5ª Câmara Criminal do TJMG, por unanimidade (três votos favoráveis), confirmou a condenação, que foi reduzida para 14 anos e seis meses devido à confissão espontânea.

Também foi expedido pedido de prisão do condenado, que não havia sido cumprido até o fechamento desta edição. Segundo a assessoria de imprensa do TJMG, o acórdão da decisão passou nessa quarta (3) pelas mãos do desembargador Adilson Lamounier. Após a revisão do magistrado, a determinação para que Leonardo seja preso foi encaminhada à Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).

De acordo com o TJMG, cabe recurso à decisão da 5ª Câmara. Neste caso, o processo segue para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. Por telefone, o Hoje em Dia entrou em contato com advogados de defesa de Leonardo que constam no processo cujo número foi fornecido à reportagem pelo Tribunal de Justiça. Mas eles não foram encontrados nos escritórios ou a ligação não foi atendida.

Qualificados

Em setembro de 2009, poucos dias após o crime, Leonardo Cipriano confessou o assassinato. Em depoimento à polícia, ele alegou que mostrava uma pistola calibre 380 à vítima quando a arma disparou. Mas a delegada Elenice Cristine Batista Ferreira descartou a possibilidade de disparo acidental, baseada no laudo de necropsia.

Leonardo foi condenado por homicídio duplamente qualificado – motivo torpe e por dificultar a defesa da vítima. O inquérito policial concluiu que ele matou o sócio por causa de desacordo sobre uma verba de patrocínio da boate.

Leonardo também confessou ter ocultado o corpo da vítima, que foi envolto em uma manta usada em isolamento acústico e deixado dentro de um carrinho de mão numa parte do segundo andar da Pantai, na época em reforma.

Cronologia

Em 28 de agosto de 2009, Gustavo Felício da Silva, de 39 anos, foi morto dentro da Boate Pantai Lounge, na avenida Prudente de Morais, bairro Cidade Jardim, Centro-Sul de BH. Ele era um dos donos do estabelecimento.

O corpo de Gustavo foi encontrado três dias depois em estado de decomposição, envolto em uma manta usada em isolamento acústico e dentro de um carrinho de mão, numa parte do segundo andar da Pantai, que estava em reforma. A casa chegou a funcionar após o assassinato.

Em depoimento à polícia, Leonardo Coutinho Rodrigues Cipriano, na época com 32 anos, sócio de Gustavo na boate, confessou o crime e alegou que a pistola calibre 380 que havia comprado poucos dias antes disparou quando ele mostrava a arma para a vítima.

Em setembro de 2009, a delegada Elenice Cristine Batista Ferreira informou que o laudo da necropsia feita no corpo de Gustavo descartou o disparo acidental. Na mesma época, Leonardo participou da reconstituição do crime na Pantai.

Em 12 de fevereiro de 2015, Leonardo foi condenado em 1ª instância a 16 anos e seis meses de prisão por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. A defesa do réu recorreu à 2ª instância.

Na terça-feira passada, a 5ª Câmara do TJMG manteve a condenação, reduzindo a pena para 14 anos e seis meses de prisão, e determinou a prisão de Leonardo.

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