Justiça decide hoje se médica é culpada ou inocente por morte de empresários no Sion

Hoje em Dia
Publicado em 31/03/2015 às 09:31.Atualizado em 16/11/2021 às 23:27.
A Justiça mineira decide nesta terça-feira (31) se a médica Gabriela Corrêa Ferreira da Costa, de 31 anos, teve envolvimento na execução dos empresários Rayder Rodrigues e Fabiano Ferreira Moura. A dupla foi assassinada em um apartamento do bairro Sion, região Centro-Sul de Belo Horizonte, em abril de 2010. O caso ficou nacionalmente conhecido como Bando da Degola.
 
A ré responde pelos crimes de homicídio qualificado, cárcere privado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e também formação de quadrilha. A sessão ocorre no 2º Tribunal do Júri de BH e é presidida pelo juiz titular Glauco Eduardo Soares Fernandes. 
 
O promotor Francisco Santiago é o representante do Ministério Público e responsável pela acusação. A médica é defendida pelos advogados José Arthur Di Spirito Kalil, Frederico Gomes de Almeida Horta e Raphael Silva Pires. Estão previstas uma testemunha de acusação e quatro de defesa.
 
O julgamento teve início às 9h15. Seis mulheres e um homem fazem parte do conselho de sentença e irão decidir sobre a responsabilidade da médica no crime. No total, oito pessoas foram acusadas pelo crime, sendo que cinco já foram julgadas e condenadas.
 
Entenda o caso
 
Segundo a denúncia do Ministério Público, os empresários assassinados, Rayder Rodrigues, de 39 anos, e Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, estavam envolvidos em estelionatos e atividades de contrabando de mercadorias importadas, mantendo em seus nomes várias contas bancárias, nas quais eram movimentadas grandes quantias em dinheiro.
 
A promotoria alega que o garçom Adrian Gabriel Grigorcea foi o responsável por atrair o genro, Rayder Rodrigues, de 39 anos, ao apartamento de Frederico Costa Flores Carvalho. Frederico é apontado como o líder do Bando da Degola. O dono do imóvel e dois ex-policiais militares, André Bartolomeu e Renato Mozer, amarram e torturam Rayder para conseguir informações sobre contas bancárias das lojas dele.
 
O sócio de Rayder, Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, também foi levado ao apartamento. Ambos foram assinados no local. As vítimas ainda tiveram os dedos e cabeças cortados, para dificultar a identificação. Os corpos foram jogados em uma estrada em Nova Lima, na Região Metropolitana de BH.
 
No dia seguinte, de acordo com o MP, os réus se reuniram para limpar a cena do crime e realizar um churrasco no apartamento. 
 
Condenações
 
Cinco envolvidos nesses homicídios já foram condenados. O líder do bando, Frederico Flores, foi julgado em setembro de 2013 e sentenciado a 23 anos de reclusão por homicídio qualificado, sequestro e cárcere privado, extorsão, destruição e ocultação de cadáveres e formação de quadrilha. 
 
O ex-policial militar Renato Mozer e o estudante Arlindo Soares Lobo também já foram condenados a penas de 59 e 44 anos de prisão, respectivamente. O garçom norte-americano Adrian Gabriel Grigorcea foi condenado, em 14 de julho de 2014, a 30 anos de prisão por dois homicídios triplamente qualificados e formação de quadrilha. 
 
O pastor Sidney Eduardo Benjamim foi julgado em setembro do ano passado e sentenciado a três anos de reclusão em regime aberto. 
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