A Justiça mineira manteve presos os homens, de 27 e 29 anos, suspeitos de matar a jovem Clara Maria Venâncio Rodrigues, de 21, no bairro Ouro Preto, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.
Os dois passaram por audiência de custódia nesta sexta-feira (14) e tiveram a prisão convertida em preventiva.
Movimentos feministas organizam ato, marcado para este sábado (15), para pedir Justiça por Clara Maria. A manifestação deve começar às 10h, na Praça 7, no Centro da capital.
Organizado pelos coletivos Pão e Rosas e Faísca Revolucionária, o ato convoca “demais entidades estudantis e sindicatos a impulsionarem uma forte manifestação nas ruas por justiça por Clara”, diz trecho da convocação.
Corpo concretado em casa na Pampulha
O corpo de Clara Maria foi encontrado na quarta-feira (12), concretado em uma casa na rua Frei Leopoldo. A investigação da Polícia Civil de Minas aponta que ela foi brutalmente assassinada na noite de domingo (9), após sair do trabalho.
Três homens foram conduzidos sob suspeita do crime. Onze pessoas foram ouvidas. Dos conduzidos, dois autores confessos seguem presos. O terceiro suspeito, de 34 anos, foi ouvido e liberado. Nenhum deles tinha passagem pela polícia.
Clara Maria era natural de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e foi dada como desaparecida desde o último domingo (9).
Quem era Clara Maria
Amigos da jovem contaram que Clara Maria Venâncio Rodrigues adorava andar de skate. Ela era natural de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e morava na capital. Trabalhava em uma padaria artesanal no bairro Ouro Preto. Um colega do trabalho foi quem denunciou o desaparecimento dela.
Pelas redes sociais, o namorado se despediu de Clara, a quem descreveu como uma “pessoa incrível, com um coração imaculado e uma bondade fora do comum”.
“Te conheci por tempo suficiente para saber que você era alguém incrível, com coração imaculado, uma bondade fora do comum. Eu nunca vou te esquecer, independente de quanto tempo passe, você vai ser parte de todos nós. Fica bem”, escreveu o namorado no Instagram.
Entenda o caso
De acordo com o Boletim de Ocorrência, testemunhas relataram à polícia que Clara trabalhava em uma padaria e saiu do serviço no domingo (9), por volta das 22h, para se encontrar com o suspeito - dono da casa onde o corpo foi encontrado - para receber o pagamento de R$ 400, que ela teria emprestado a ele..
Desde então, a jovem não foi mais vista. Na madrugada de segunda-feira (10), por volta de 2h50, uma das testemunhas recebeu uma mensagem enviada do celular de Clara Maria. Mas desconfiou do "linguajar utilizado" e acionou a polícia.
Na quarta (12), os agentes da Polícia Civil se deslocaram até a casa do suspeito e, antes mesmo de entrarem, sentiram “um cheiro de podridão”. O dono da casa autorizou a entrada e os policiais questionaram o homem, que primeiro negou qualquer envolvimento mas depois admitiu que a mulher estava enterrada no local. Na sequência, relatou a participação de outros dois homens no crime.
O corpo da jovem foi encontrado em uma casa no bairro Ouro Preto na manhã dessa quinta-feira (13). De acordo com o Corpo de Bombeiros, estava enterrado e coberto por uma camada de concreto, mas a mistura não se encontrava completamente "seca/ rígida" - o que indicava ter sido feita pouco tempo antes de os militares a encontrarem.
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