O prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil afirmou que viu com tristeza a decisão da Justiça, que determinou retirada de grades do conjunto IAPI, no bairro São Cristóvão, na região Noroeste de Belo Horizonte. Para o chefe do executivo, a preocupação das famílias com a segurança deve ser considerada.
“Eu vi até com tristeza que a prefeitura participou dessa decisão. E o prefeito é mais ou menos como um marido traído, ele não sabe de tudo que se passa na cidade”, disse.
O prazo para que os moradores tomem as providências de retirada dos acessórios é 31 de outubro deste ano. A decisão liminar é do juiz Guilherme Lima Nogueira da Silva e foi tomada após uma audiência de conciliação sem sucesso. A ação teve início em 2011 após uma denúncia anônima, que levou o Ministério Público, por meio da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural, a apurar as intervenções sem autorização na edificação, que é tombada.
O prefeito defendeu que a Justiça tenha “bom senso” para casos como esse. “Acho até que quem mandou tirar devia ir morar lá seis meses, deixar a filha adolescente entrar e sair de madrugada daquele lugar”, ironizou.
Os moradores que não retirarem as grades na data estabelecida estão sujeitos a multas de R$ 500 por dia de atraso até o limite de R$ 10 mil.
Como se trata de uma liminar, a decisão ainda pode ser revertida.
Combate
Kalil disse, ainda, que há também uma falta de honestidade na questão, já que a prefeitura está agindo em relação aos usuários de drogas na região. “É uma ação forte, intersetorial, com todas as secretarias. Com calma, mas com rigidez”, finalizou.