(Corpo de Bombeiros)
As causas do acidente na barragem de Itabirito serão conhecidas apenas no início de outubro com a apresentação de laudo técnico detalhado pela Polícia Civil e a conclusão do inquérito pela delegada Mellina Clemente, que coordena as investigações. No entanto, o prazo, que se encerra no dia 11 do mesmo mês, poderá ser antecipado ou adiado pela equipe de investigação. A barragem de rejeitos se rompeu na última quarta-feira (10), deixando dois mortos, três feridos e um desaparecido.
Nessa segunda-feira (15), quatro peritos foram deslocados para a barragem, três deles de Belo Horizonte e um de Ouro Preto. Na semana passada, um perito já estava no local. A equipe foi reforçada com três engenheiros civis e um especialista em meio ambiente. Um geólogo também participará da apuração do caso, mas apenas para a finalização do laudo.
A delegada Mellina Clemente ouviu nessa segunda dois ex-funcionários da empresa, a engenheira de segurança e um sobrevivente. Na semana passada, ex-funcionários e parentes também prestaram depoimento. Ela ainda não deu detalhes das investigações.
O Ministério Público (MP) também investiga as causas do acidente. Na quinta-feira, a promotora Vanessa Campolina Rabello instaurou inquérito civil e solicitou à Secretaria de Estado de Meio Ambiente documentos sobre a mina e a situação legal da empresa. A assessoria de imprensa do MP não informou sobre o andamento das investigações.
Planos emergenciais
A mineradora Heculano apresentou nessa segunda um plano para contenção de outra barragem (a B3). O Departamento Nacional de Produção Mineral atestou, na semana passada, riscos na estrutura da barragem, que poderia se romper se nada fosse feito. Segundo a assessoria da mineradora, o plano foi apresentado à Superintendência Regional de Regularização Ambiental (Supram). Os trabalhos já foram iniciados e a previsão é de que terminem nesta quarta-feira (17). Mesmo sem o fim da operação, a empresa garantiu que não há risco de ruptura dessa barragem. O material da barragem que se rompeu (B1) também não corre risco de novos deslocamentos, segundo a empresa.
A mineradora deverá apresentar, dentro de 15 dias, um plano para estabilização do material que vazou e, em 90 dias, a estratégia para recuperação da estrutura que entrou em colapso, formada por quatro barragens.
Nessa segunda-feira, prosseguiam os trabalhos de busca do operador de retroescavadeira Adilson Aparecido Batista, de 44 anos, desaparecido no acidente. A operação conta com uma equipe de 17 bombeiros e dois cães farejadores, além de drones.