Após a fase de depoimentos das testemunhas arroladas no processo que julga o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, os jurados passaram a acompanhar, na tarde desta terça-feira (5), algumas das peças jurídicas reunidas pela promotoria.
A primeira peça lida em plenário foi o parecer de um médico legista sobre a descrição da morte de Eliza Samudio feita por Jorge Luiz. O médico confirmou que detalhes descritos pelo então adolescente são compatíveis com as características de morte por esganadura.
Outra peça apresentada durante a sessão desta tarde foi um laudo com o resultado de exames periciais realizados em dez cães de propriedade de Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola". Em todos os animais foi constatada apenas a presença de ectoparasitas, pulgas e carrapatos, mas nenhum vestígio de sangue humano na pelagem ou dentes dos animais. Um dos animais foi encontrado morto pelos peritos.
O laudo apontou ainda que a perícia foi realizada muito tempo após a morte da ex-modelo, o que pode ter apagado os vestígios caso o corpo de Eliza Samudio tenha sido realmente atirado para cães.
Entenda o caso
Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje.
Acusado de homicídio triplamente quaificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, o goleiro Bruno está sendo julgado esta semana. Segundo a acusação, o atleta seria mandante do crime. Além dele, está sendo julgada também sua ex-mulher Dayanne Rodrigues, que responde por sequestreo e cárcere privado.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", é acusado de matar Eliza Samudio. Ele responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. O julgamento de "Bola" está marcado para ocorrer no dia 22 de abril.
O ex-policial, o goleiro Bruno e sua ex-mulher Dayanne Rodrigues tiveram o processo desmembrado durante o júri popular que ocorreu de 19 a 23 de novembro do ano passado, no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem. Na ocasião, apenas Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", e Fernanda Gomes Castro, ex-namorada de Bruno, foram julgados. Macarrão foi sentenciado a 15 anos de prisão e Fernanda a cinco no regime aberto.
Além deles, ainda serão julgados o ex-caseiro do sítio de Bruno, Elenilson Vítor da Silva e o motorista do atleta, Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha". Os réus respondem por sequestro e cárcere privado e devem ser julgados em 15 de maio.