Leptospirose é outra ameaça às vítimas das barragens

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
07/11/2015 às 11:31.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:23
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Além de lidarem com as perdas de parentes e amigos - ainda desaparecidos -, casas, roupas e móveis, os moradores das regiões mais afetadas pelo rompimento de duas barragens da Samarco, na última quinta-feira (5), ainda poderão sofrer com doenças decorrentes do contato com a água suja que avança por distritos e cidades mineiros.

Segundo a infectologista do Hospital das Clínicas Helena Duani, a leptospirose, doença provocada por uma bactéria e transmitida por roedores, bovinos, suínos e caninos, é a maior ameaça, em função do contato do "mar de lama" com o esgoto dessas áreas.

"O período de incubação (da doença) é de três a 15 dias, mas a média é de sete. É mais provável que as pessoas sintam os primeiros sinais cerca de uma semana depois. É o mesmo risco inerente de uma enchente", diz a médica.

Alerta

De acordo com Helena, as crianças são as mais susceptíveis à contaminação, principalmente, por ser comum elas apresentarem alguns machucados pelo corpo, o que facilita a entrada da bactéria.

Os principais sintomas da leptospirose são mal-estar, febre alta e repentina, dor muscular, de cabeça e no tórax, tosse, cansaço, calafrios, náusea, diarreia, desidratação e manchas vermelhas. O tratamento inclui hidratação e uso de medicamentos.

Outras doenças

A infectologista ressalta que, embora menos provável, existe também o risco de as pessoas contraírem hepatite A, no caso de ingestão da água suja, e de sinusite e otite, se ficarem muito tempo cobertas pela água.

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