Líder e mais 38 membros de quadrilha de estelionatários são presos em operação

Clarissa Carvalhaes e Danilo Emerich – Hoje em Dia
26/08/2015 às 16:43.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:30

(Marcelo Prates / Hoje em Dia)

A líder e mais 38 pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha especializada em estelionato contra aposentados e pensionistas foram presas, nesta quarta-feira (26), na maior operação já realizada em integração entre as forças de segurança de Minas Gerais.   A operação, batizada de "Pecus", foi realizada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-MG), composta pela Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS). Foram expedidos 50 mandados de prisão e 36 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais e também no estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Ao todo, 260 agentes mineiros e mais 60 paulistas participaram da ação.   Apesar dos envolvidos serem detidos em seis cidades de São Paulo e no Rio de Janeiro, todos eles foram trazidos para o território mineiro, onde a investigação começou.  Eles desembarcaram no Aeroporto da Pampulha, sob forte aparato policial, mas não foi informado para qual presídios eles serão levados.   O grupo teria causado prejuízos superiores de R$ 10 milhões, apenas de março até agora. O dano pode ser ainda maior conforme os responsáveis pela investigação. As apurações, realizadas nos últimos cinco meses, apontam que as vítimas eram abordadas por meio do envio de falsas notificações judiciais que noticiavam supostos créditos oriundos de previdência complementar, com as quais haviam contribuído no passado.   Conforme a Seds, a maior parte dos integrantes da quadrilha residem em São Paulo, mas os golpes foram praticados em vários estados. A investigação partiu em Minas, uma vez que a primeira vítima é um mineiro, que realizou a denúncia e teria tido um prejuízo de R$ 1 milhão.   Além da líder da quadrilha, o filho dela de 17 anos também foi apreendido. A ação também resultou na apreensão de três carros de luxo, armas de fogo, R$ 250 mil em dinheiro e também foi feito o pedido de bloqueio de contas e bens dos envolvidos.   Todos os detidos responderão pelo crime de estelionato com agravante de organização criminosa. Eles podem ser condenados a uma pena que varia entre 5 a 13 anos de prisão.   Golpe   A quadrilha agia de forma organizada. Os alvos eram aposentados e pensionistas, geralmente funcionários públicos e militares, que realizaram previdência complementar em algum momento da vida.   Com a ajuda de um hacker, a quadrilha conseguia os dados das vítimas e criaram um site, chamado de Anaprev, que não está mais no ar. Os golpistas conseguiam acesso às informações e até o endereço de pessoas, além de rastrear quais vítimas tinham processos na Justiça.   O grupo mandava cartas para os alvos, informando que eles tinham dinheiro a receber sobre os processos e orientavam elas a entrar no site e fazer contato telefônico. As vítimas eram orientadas a depositar 10% do valor a receber para os golpistas.    Para dar aspecto de credibilidade ao crime, os estelionatários realizavam um depósito falso na conta das vítimas, com o suposto valor que elas tinham a receber. Alguns alvos chegavam a realizar o depósito para os estelionatários várias vezes.   Nome    A operação da FICCO foi chamada de Pecus em referência a palavra do latim que significa pecúlio, nome dado às economias de uma pessoa que, por meio de alguma armação, poderiam ser entregues a outros.

Nos vídeos a seguir os delegados da Polícia Federal e Civil revelam detalhes da operação e de como a quadrilha agia:

 

 

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