Lixo eleitoral ajuda a entupir bueiros da capital

Fernando Zuba - Do Hoje em Dia
08/09/2012 às 11:44.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:06
 (Lucas Prates/Arquivo Jornal Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Arquivo Jornal Hoje em Dia)

Folhas secas, garrafas e sacolas plásticas e até baterias de celular. Das 390 toneladas de lixo recolhidas mensalmente pelos garis de Belo Horizonte no Centro e na zona Sul, 38% (150 toneladas) são retiradas de bueiros. Em período eleitoral, o volume aumenta em 5%, graças às propagandas políticas espalhadas pela cidade na forma de cavaletes, banners, cartazes e panfletos. O professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e de Recursos Hídricos da UFMG, Bruno Versiani, alerta que, com a sujeira acumulada nas bocas de lobo e a aproximação do período chuvoso, as inundações serão inevitáveis. “A grande quantidade de detritos agrava o problema, pois impede a passagem de água na rede de drenagem, que fica entupida”, diz o especialista.   Versiane cita como exemplo a morte de um casal de idosos, ocorrida em 2009, na rua Joaquim Murtinho, próximo à avenida Prudente de Moraes, no bairro Santo Antônio (zona Sul). Por causa de um enchente provocada por um temporal, o carro onde as vítimas estavam ficou submerso. 
Desperdício   Trabalhando na varrição das ruas do Centro há mais de quatro anos, a servidora pública Sueli Lopes, de 32 anos, reclama do excesso de sujeira. “O desperdício de papel é tão grande que o nosso trabalho praticamente triplica. A preocupação maior é desentupir as bocas de lobo”, afirma a funcionária da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). Para ela, a distribuição de papéis durante o período eleitoral deveria ser proibida.   De acordo com a assessoria de comunicação da Regional Centro-Sul, o balanço dos resíduos recolhidos no mês de agosto ainda não foi finalizado.    Lixômetro tenta sensibilizar população   Experiências confirmam o descaso da população com a limpeza da cidade. Em setembro do ano passado, a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) instalou um “lixômetro” no canteiro central da avenida Afonso Pena, na Praça Sete. O contêiner recebeu 12 toneladas de lixo recolhido na varrição e nas lixeiras da praça.   Poucos meses depois, o lixômetro voltou à cena, mas na praça Geralda Damata Pimentel, no bairro São Luis, bem em frente à poluída lagoa da Pampulha. O objetivo foi chamar a atenção da população para o lixo jogado nos córregos da capital.    Já no último dia 30 de abril, o lixômetro foi instalado no bairro Santa Tereza, região Leste. Três caixas do equipamento, feitas de policarbonato transparente, cada uma com 6 metros cúbicos, foram instaladas na praça Duque de Caxias.    Centro   Em junho, o equipamento foi colocado na avenida Afonso Pena, em frente à entrada do Parque Municipal, dentro das atividades do “Limpa Brasil - Let’s do it Belo Horizonte”.  O equipamento educativo expôs a enorme quantidade de resíduos gerados na Feira de Artes e Artesanato da Avenida Afonso Pena, a conhecida Feira Hippie. Segundo a SLU, a cada domingo, os garis recolhem do local três toneladas de lixo jogado no chão, como cocos, papéis, garrafas, latinhas e restos de alimentos.    Leia mais na edição eletrônica do Hoje em Dia

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