A firmeza nas palavras e a determinação no olhar traduzem bem o estado de espírito de Sônia de Fátima Moura. A mãe de Eliza Samudio, que foi morta, segundo denúncia do Ministério Público, a mando do ex-amante, o goleiro Bruno, veio atrás das respostas que busca desde o sumiço de sua filha, em junho de 2010.

Sônia chegou no último sábado (17) a Belo Horizonte e junta forças para acompanhar, a partir de amanhã, o julgamento que vai definir o futuro dos réus.

Bruno Samudio, o filho que Eliza teve com o jogador, ficou em Campo Grande (MS), mas a sentença proferida a centenas de quilômetros de distância também vai influenciar na vida do menino, hoje com 2 anos. “Sempre mostro para ele fotos da mãe, mas não toco no nome do Bruno. A figura de pai que ele tem é a do meu marido. Mas sei que, quando ele tiver mais idade, vou ter de contar o que aconteceu, e o resultado do julgamento vai fazer parte dessa história”, diz Sônia.
 
Acusações

Ciente dos ataques que a imagem da filha deve sofrer ao longo do júri, a mãe de Eliza veio preparada para o que chama de “estratégia suja”. “Sei que vão tentar denegrir a imagem dela, mas tenho certeza de que mataram a minha filha, o que me dá forças para suportar. Estou aqui para ver a justiça sendo feita”, alega Sônia.

Ela afirma, ainda, estar preparada para ficar de frente com os acusados da morte da filha, depois de dois anos e meio de espera. “Quero que sejam condenados pelo que fizeram com a Eliza e sei que esse será o resultado”, prevê.

Sônia de Fátima Moura está hospedada na casa do assistente de acusação José Arteiro Cavalcante e pretende ficar até o fim do júri, que pode durar até três semanas. Ela ainda tem esperanças de encontrar os restos mortais da filha, o que ela tem como meta para depois do julgamento. “Ela não volta mais e não consigo perdoá-los por isso. Mesmo que tivesse esse poder, não perdoaria”, sentencia a mãe de Eliza.

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