(Instagram/Reprodução)
A polícia investiga denúncia de um grupo de quatro mães, que foi à polícia nessa quarta-feira (5) denunciar um suposto assédio que suas filhas teriam sofrido em uma escola pública de Belo Horizonte.
De acordo com elas, um professor de ciências teria passado a mão na cintura, nas nádegas e nos seios das estudantes.
A garçonete Íris Cássia, mãe de uma jovem de 12 anos, conta que recebeu uma ligação da filha, que estuda no turno da manhã, relatando o abuso. “Ela me contou que ocorria um evento na escola, quando o professor pegou nos seios dela e apertou”, disse a mãe.
A menina disse à mãe que pediu ajuda à uma funcionária da coordenação da escola junto com outras meninas que relataram ter passado por assédios do mesmo professor.
De acordo com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), “as apurações e oitivas já foram realizadas pela equipe de inspeção escolar da Superintendência Regional de Ensino (SRE) Metropolitana B, responsável pela coordenação da escola."
A partir das análises e depoimentos, a equipe deve avaliar, segundo a SEE, possiveis aplicações de medidas administrativas cabíveis. “Uma equipe multidisciplinar, com apoio do Núcleo de Acolhimento Educacional (NAE), também irá acompanhar o caso para proceder com o acolhimento necessário às estudantes. Já as apurações em âmbito criminal são feitas pelas autoridades de segurança”, afirmou a SEE/MG em nota.
"Escola falhou no acolhimento"
De acordo com o relato da mãe, a escola também "falhou no processo de assistência e acolhimento das alunas", já que o professor, no dia do suposto abuso, foi embora da escola sem nenhum questionamento sobre o caso.
“A ajudante de coordenação disse que ‘aquilo era assunto de adulto’ e pediu para a minha filha e as outras meninas saírem da escola. Nesse meio tempo, as jovens chamaram a Polícia Militar e as mães. Quando cheguei, um segurança me contou que o professor já havia ido embora em uma moto”, afirmou.
Sobre essa questão, a SEE/MG afirma que diretores e especialistas educacionais da SRE Metropolitana B “já foram orientados sobre a importância do acolhimento aos estudantes e familiares em casos de violações dos direitos humanos”.
Ainda de acordo com a mãe, ao chegar à escola, ela procurou a direção para obter informações e foi informada de que “o professor não seria afastado”, o que a deixou indignada.
“Argumentaram que as meninas não tinham provas concretas do ocorrido e que o professor continuaria dando aula na escola, sob supervisão de outro profissional. Fiquei bastante abalada com essa atitude da escola”, lamenta.
A SSE/MG informou que “o profissional já foi temporariamente licenciado das atividades.”
Denúncia formalizada
Íris e outras três mães formalizaram a denúncia por meio de um boletim de ocorrência na PM. E, de acordo com ela, vai manter a filha afastada da escola nos próximos dias.
“Não sei o que se passa na cabeça dele e tenho medo do que pode acontecer com minha filha. Vou esperar até ver o que vai acontecer em relação ao caso”, diz.
A SSE/MG declarou que “repudia quaisquer manifestações de violência e defende a apuração rigorosa dos fatos”.
A pasta informou que está elaborando um Plano de Enfrentamento ao Assédio Sexual nas Instituições de Ensino, em parceria com a Controladoria-Geral do Estado.
O plano prevê atuação em três frentes: prevenção, detecção e apuração. "O intuito é prevenir a ocorrência da conduta, além de aprimorar o tratamento dado após a ocorrência do ilícito”, finalizou a secretaria.
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