(Renato Cobucci)
Em 2012, uma média de 26 passageiros que se arriscaram a viajar em veículos clandestinos em Minas tiveram de interromper a viagem no meio do caminho. Eles foram flagrados pela fiscalização do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), que intensificou as ações no período.
No ano passado, os agentes apreenderam 3.304 veículos clandestinos, 47,1% a mais em relação a 2011. Durante as operações, foi possível perceber que os motoristas clandestinos estão usando veículos de menor porte, na tentativa de despistar a fiscalização.
Em 2011, foram obrigados a desembarcar 12.632 pessoas – com uma média de 9,5 viajantes por veículo recolhido. Em 2012, o número foi menor, 9.536, uma média de 6,4 passageiros para cada veículo.
“Os fiscais ajudam o passageiro obrigado a interromper a viagem a encontrar uma forma de chegar ao destino, em linhas autorizadas. Mas, nas alta temporada, muitas vezes não há assentos disponíveis”, disse o diretor de Fiscalização do DER-MG, João Afonso Baeta Costa Machado.
Levantamento feito pelo departamento mostra que a maioria dos veículos clandestinos consegue transportar os passageiros com autorização da Justiça. Em todo o Estado, são mil liminares que impedem o DER-MG de fiscalizar os clandestinos pelo regulamento de transporte estadual.
Mais baratas
As passagens cobradas pelos clandestinos são, em média, 40% mais baratas que as tarifadas no transporte regular autorizado pelo DER-MG.
“A pessoa que se arrisca a viajar nesse tipo de transporte coloca a segurança em risco. Na maioria das vezes, o motorista não é treinado e os veículos não passam pela vistoria do DER”, alerta o engenheiro mecânico José Carlos Amaral, especialista em transporte.
Regiões
As cidades do Norte de Minas e dos vales do Mucuri e do Rio Doce são as que têm a maior oferta de veículos clandestinos. Uma das principais empresas de transporte “alternativo” é a CVA Turismo, com sede em Almenara, no Vale do Jequitinhonha.
Em 11 de dezembro último, o Hoje em Dia mostrou, com exclusividade, que a CVA mantinha uma rodoviária clandestina na avenida Antônio Carlos, no bairro Lagoinha, região Noroeste da capital, com guichês para venda de passagens, tanque para abastecimento dos ônibus e uma sala de espera com cadeiras e TV.
No dia 22 de dezembro, o local foi interditado por determinação da Justiça. Mas ela continuava a operar em outros pontos da cidade.