Mais de mil profissionais de saúde da Rede SUS de Belo Horizonte foram afastados em janeiro em decorrência de doenças respiratórias. De acordo com a Secretaria de Saúde da capital, ao todo, 1.083 trabalhadores apresentaram atestados médicos entre os dias 1 e 25 deste mês.
Porém, segundo um levantamento feito pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindibel), na última sexta-feira (21) o quadro é bem maior: 1,4 mil profissionais de centros de saúde e UPAs de BH estão afastados por suspeita ou confirmação de Covid-19. Procurado, o sindicato afirmou que, até esta sexta-feira (28), o dado apresentado na última semana continua valendo e que não houve atualização dos casos.
O coordenador administrativo da instituição, Israel de Moura, afirmou que a divergência entre o número de servidores afastados da entidade e os da PBH pode ser explicada pelo possível retorno de trabalhadores, que foi maior do que os novos pedidos de afastamento. Segundo ele, a situação é preocupante já que ,na mesma medida que há uma falta de profissionais, os casos de Covid têm aumentado. “Esse aumento de demanda, além de sobrecarregar o profissional, gera a insatisfação e reflete no atendimento ao usuário, o que é compreensível”.
Conforme a Prefeitura de Belo Horizonte, desde o início do aumento do número de casos foi feita uma requalificação no levantamento dos atestados médicos apresentados com a inclusão de outras doenças respiratórias. Além disso, para suprir a falta de trabalhadores, foram contratados entre segunda-feira (24) e terça-feira (25), 1.430 profissionais, entre eles 309 médicos de diversas especialidades.
Para a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Carla Anunciatta, as novas contratações têm sido uma boa resposta da PBH para tentar resolver não só o colapso dos atendimentos no SUS da capital mas, também, para melhorar as condições de trabalho nas unidades de saúde. “A prefeitura abriu novos postos de testagem, iniciou a vacinação das crianças, abriu mais consultas virtuais, ou seja, ela cumpriu com algumas medidas que foram apresentadas pelo Conselho”.
Anunciatta explicou, ainda, que a Câmara Técnica de Gestão da Força de Trabalho da Comissão, irá se reunir na próxima segunda-feira, às 14h, para discutir o retorno dos trabalhadores às unidades de saúde. “Muitos profissionais estão voltando para o trabalho mesmo sintomáticos. Nós iremos discutir agora quanto tempo eles devem ficar afastados e quais medidas devem ser tomadas”.
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