Mais Médicos chega só a 10% dos municípios mineiros inscritos no programa

Danilo Emerich - Hoje em Dia
Publicado em 15/08/2013 às 08:26.Atualizado em 20/11/2021 às 21:00.

Apenas 10% dos 495 municípios mineiros inscritos no programa Mais Médicos foram contemplados. A maioria das cidades receberá apenas um profissional. No entanto, mesmo nos locais beneficiados não há previsão de melhoria na saúde, uma vez que o gargalo apontado por prefeitos e entidades é a falta de infraestrutura e de condições de trabalho.

A lista final da primeira seleção de médicos foi publicada ontem pelo Ministério da Saúde. Dos 1.618 profissionais que aderiram ao programa nacional em todo o país, 101 atenderão em Minas Gerais. Eles atuarão em 50 municípios, a partir de setembro. São 29 profissionais estrangeiros que virão para Minas, trabalhando em 12 cidades.


Deficiências

Prefeito de Barbacena e presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Antônio Carlos Andrada afirma que as cidades têm demandas na saúde mais urgentes do que a necessidade de mais médicos. “Só isso não resolve. É necessário investimento na atenção básica e outros custeios, como ambulâncias, remédios e equipamentos. É preciso evitar a centralização do atendimento na capital”, diz.

Para o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM-MG), João Batista, a pouca adesão se deve ao baixo salário pago para uma carga horária de 40 horas semanais (R$ 10 mil) e às condições de trabalho. “Não há infraestrutura adequada. São três anos sem garantias trabalhistas. Não houve boicote. Já prevíamos isso e o programa já nasceu morto”, afirma o presidente do CRM.

Ainda conforme João Batista, o envio de um ou dois profissionais para uma cidade de grande porte como Contagem (RMBH), por exemplo, não representará nenhuma melhora no atendimento.


Investimentos

Segundo o Ministério da Saúde, o programa continuará com inscrições abertas até que todas as vagas sejam preenchidas. Além disso, até 2014, serão investidos R$ 15 bilhões na expansão da rede pública de saúde em todo o país. Desse total, Minas recebeu, desde 2011, R$ 549 milhões, cerca de 3% do valor.

O órgão não detalhou quanto será destinado ao Estado dos R$ 7,4 bilhões que servirão para construção de novos hospitais e unidades, ou dos R$ 5,5 bilhões para reformas.

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