Mais um ônibus queimado e prisão de morador aumentam tensão no Aglomerado da Serra

Amanda Paixão e Rosildo Mendes - Do Hoje em Dia
27/11/2012 às 08:27.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:40
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

O clima ainda era tenso na manhã desta terça-feira (27) no Aglomerado da Serra, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, mas aos poucos vai se normalizando. Vans e ônibus estão sendo revistados e orientados por militares a não circular próximo a Praça do Cardoso, pois há riscos de novos incêndios. Durante a abordagem da polícia, um motorista de van, de 36 anos, foi detido após ser flagrado com uma porção de maconha. Moradores que precisam ir para o trabalho estão descendo a pé para embarcar nos coletivos. As linhas 4107 (Caiçara/Serra), 2151 (Vista Alegre/Serra) e 4102 (Aparecida/Serra) tiveram o itinerário alterado e estão parando na Alípio Goulart, altura do número 195. Populares também reclamam que os suplementares 107 e 102 não circularam hoje. Durante a madrugada, mais um ônibus foi queimado e dois caminhões, sendo um reboque e um do Corpo de Bombeiros, atacados.

A onda de protestos da comunidade teve início após a morte Helenilson Eustáquio da Silva, de 24 anos. O morador da região, que possuía três mandados de prisão em aberto, foi morto com um tiro na cabeça, na tarde de segunda-feira (26). O disparo foi feito por um sargento do 22º Batalhão da Polícia Militar, identificado apenas como Vítor, durante uma operação da corporação no aglomerado. O policial de 38 anos foi preso em flagrante e o caso está sendo acompanhado pela Corregedoria da Polícia Militar. Outros integrantes do Grupo Especializado de Policiamento em Áreas de Risco (Gepar) também vão ser investigados.

Conforme o Corpo de Bombeiros, o coletivo da Saritur, que prestava serviço para funcionários de uma empresa, foi incendiado por volta das 1h15 desta terça, próximo a rua do Ouro. Os passageiros teriam sido obrigados por um grupo armado a deixar o veículo. Ninguém ficou ferido, no entanto, o caminhão dos Bombeiros foi atacado com pedras e teve que ser escoltado por militares para que o rescaldo pudesse ser feito.

O entorno do aglomerado foi ocupado por dezenas de militares durante toda a madrugada e assim permanece nesta manhã. O objetivo é que o sensação de segurança seja reestabelecida. Segundo o Tenente Coronel Alberto Luís, responsavél pela Comunicação da PM, a vítima tinha envolvimento com o tráfico de drogas, mas isso não justifica a atuação dos PM's. "A atuação da polícia tem que ser voltada para preservar a vida de todos", afirmou durante entrevista à Rede Record.

O tenente contou que o sargento Vítor tem 19 anos de corporação e há sete trabalha a frente do patrulhamento no aglomerado da Serra. Apesar do episódio desta segunda, Alberto Luís afirma que o militar é um homem de bem, trabalhador e "legitimado pelos moradores".

Sobre a suspeita de execução, o tenente explicou que "ainda existem várias informações contraditórias e por isso a Corregedoria vai assumir as investigações, para levantar todos os elementos que possam esclarecer o acontecido".

Em relação as denúncias feitas por moradores de que o corpo de Helenilson foi coberto com jornal com objetivo de descaracterizar a cena do crime, o tenente não entrou em detalhes. "Estive no local acompanhado do coronel Carvalho. Conversei com a mãe da vítima e todas essas informações serão levadas em consideração", disse à Record.

 

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