Mais uma tragédia expõe riscos do Anel Rodoviário de BH

Gabi Santos e Fernando Zuba - Do Hoje em Dia
13/07/2012 às 06:40.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:31

(FLÁVIO TAVARES)

A cena se repete. Um caminhão desgovernado atinge quem está à frente no declive de 4 km do Anel Rodoviário, no bairro Betânia, em Belo Horizonte. Na quinta-feira (12), nove veículos foram “atropelados” por um caminhão-baú carregado com 12 toneladas de defensivos agrícolas. O motorista morreu no local e oito pessoas, quatro delas ocupantes de um ônibus suplementar, ficaram feridas.

Foi o quarto acidente com as mesmas características naquele ponto da rodovia, somando 15 mortos. E outras tragédias estão por vir, uma vez que as soluções apontadas pelos governos estadual e federal são para médio e longo prazos.

A construção do Rodoanel, um contorno viário que absorveria a maior parte do fluxo de veículos pesados do Anel, teve a licitação do projeto executivo, referente à alça Sul, lançada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no início desta semana. Porém, as obras de implantação do trecho não deverão ter início antes de 2015, segundo o Ministério dos Transportes.

Outra obra é a revitalização do próprio Anel Rodoviário. A implantação de vias marginais, viadutos e eliminação de gargalos – como a linha férrea que provoca retenções ao fim do declive do Betânia – tem recursos garantidos apenas para a elaboração do projeto executivo (R$ 17,4 milhões). O dinheiro, da União, foi disponibilizado ao governo do Estado, que irá executar a obra por intermédio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Não há previsão de quando as máquinas entrarão na pista. Apenas a criação do projeto, segundo o DER, levará quase um ano (340 dias). Segundo o órgão mineiro, a minuta do edital de licitação foi encaminhada ao Dnit, em Brasília, para aprovação.

O acidente

Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), o caminhão-baú, com placa de Barra Mansa (RJ) e que seguia para Cristalino (GO), teria ficado sem freios e atingido a velocidade de 100 km/h no Anel Rodoviário.

Depois de provocar batidas simultâneas, o veículo atingiu a mureta central e ficou com a cabine destroçada. Parte da carga tóxica de oxicloreto de cobre foi lançada no asfalto da pista contrária, levando à interdição nos dois sentidos. O motorista, Carlos Eduardo Salazar, de 27 anos, morreu no local. Nenhum dos feridos teve lesões graves.

Para o tenente-coronel Sebastião Emídio, o problema do Anel não é de segurança, mas de falta de estrutura para comportar tantos caminhões. Segundo ele, no declive do Betânia há três radares fixos e dois móveis.

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