Manifestantes do MST fecham Anel Rodoviário, no Betânia, para relembrar massacres

Jefferson Delbem - Hoje em Dia
17/04/2013 às 08:13.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:53

Integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) obstruíram o quilômetro 5 do Anel Rodoviário em Belo Horizonte durante aproximadamente 40 minutos no início da manhã desta quarta-feira (17). O objetivo dos manifestantes foi chamar a atenção da população para que não esqueça dos massacres de Carajás e Felisburgo, e pedir que a Justiça possa condenar os possíveis envolvidos em ambos os casos.

De acordo com a Polícia Rodoviária Militar (PMRv), há lentidão na altura do bairro Betânia, região Oeste, no sentido Vitória, devido ao tempo em que a rodovia ficou bloqueada. Essa data foi escolhida para o protesto porque se comemora nesta quarta-feira (17) o dia internacional de Lutas por Reforma Agrária. Conforme os manifestantes, além de aclamarem por Justiça contra "os crimes cometidos pelo latifúndio, pelo agronegócio e pelo estado brasileiro", em Minas há um apelo mais firme exigindo a condenação do fazendeiro Adriano Chafick, que será julgado dia 15 de maio de 2013 em BH, por ser mandante e executor do Massacre de Felisburgo, ocorrido em 20 de novembro de 2004, onde cinco trabalhadores foram assassinados.

O massacre dos Carajás

O Massacre do Eldorado dos Carajás ocorreu 1996, quando 21 trabalhadores rurais sem terra foram assassinados e aproximadamente 60 ficaram feridos na região do Eldorado dos Carajás, no estado do Pará. As mortes ocorreram quando aproximadamente 1.500 pessoas decidiram fazer uma uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras, principalmente as da Fazenda Macaxeira. A Polícia Militar (PM) tentou retirá-los a força da BR-155 porque estariam obstruindo a rodovia. Até hoje ninguém foi punido.

O massacre de Felisburgo

Conforme denúncia do Ministério Público, no dia 20 de novembro de 2004, possivelmente a mando do latifundiário Adriano Chafik e seu primo, Calixto Luedy, dezessete homens invadiram o acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, e promoveram um massacre, onde cinco pessoas foram assassinadas e 15, entre elas uma criança na época com 12 anos, ficaram feridas. O dirigente nacional do MST, Ênio Bohnenberger, disse que o movimento espera uma atitude das autoridades para que os responsáveis pela tragédia sejam punidos. "Queremos que a sociedade relembre o caso, pois, esse tipo de massacre acontece devido ao sentimento de impunidade. E que aconteça uma pressão para que os envolvidos sejam punidos”.

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