Uma confusão generalizada tomou conta do entorno da Praça Raul Soares durante protestos neste 7 de setembro, em Belo Horizonte. Por volta das 17 horas, manifestantes concentrados em frente à 1ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp), no bairro Santo Agostinho, avistaram um grupo de policiais abordando seis pessoas na esquina da avenida Amazonas com rua Timbiras e se dirigiram para o local. Enquanto isso, militares fizeram um cordão de isolamento e dispararam uma bala de borracha para baixo, na tentativa de conter o avanço dos manifestantes.
No mesmo instante, um militar do Batalhão de Choque teria entrado em luta corporal com um manifestante em frente à Aisp. Em seguida, outro grupo voltou correndo para o local e atirou pedras contras os militares, que revidaram com bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha e golpes de cassetete, dando início a uma correria generalizada e dispersando os manifestantes.
Jornalistas feridos
Na confusão, pelo menos dois jornalistas ficaram feridos por golpes de cassetete. Um deles seria o repórter do jornal O Tempo, Lucas Simões, mas não houve necessidade de atendimento médico. Já o fotógrafo do jornal Contramão, da universidade UNA, João Alves Vítor, de 20 anos, teve um sangramento na nuca e precisou ser socorrido por militares e encaminhado a uma unidade de saúde. Ainda não há informações sobre o estado de saúde do fotógrafo.
Por causa dos confrontos, muitos manifestantes estão sendo detidos nas ruas e avenidas no entorno da Praça Raul Soares e encaminhados para a 1ª Aisp. Comerciantes da região baixaram as portas dos estabelecimentos para se protegerem.
Em nota, a Polícia Militar informou que o "incidente" envolvendo o jornalista Lucas Simões será apurado pela Corregedoria da corporação e que todas as providências cabíveis serão tomadas. "A PM informa ainda que que já fez contato com a redação do jornal e com o próprio jornalista para viabilizar seu depoimento junto à Corregedoria", dizia a nota.
*Atualizada às 20 horas