A lista das reivindicações dos manifestantes de Belo Horizonte que será encaminhada às três esferas de governo (municipal, estadual e federal) começou a ganhar forma neste domingo (23), durante assembleia popular realizada debaixo do viaduto Santa Tereza, no Centro da capital.
Conduzida pelo Comitê Popular dos Atingidos pela Copa e apoiada por vários movimentos, a reunião contou com cerca de 3 mil pessoas. A negociação com o prefeito Marcio Lacerda e o governador Antonio Anastasia será feita por uma comissão de representantes. Para quarta-feira (26), dia do jogo Brasil e Uruguai, pela Copa das Confederações, no Mineirão, está prevista outra grande manifestação.
Com o apoio de um carro de som, durante cerca de duas horas mais de 100 pessoas apresentaram sugestões. A lista de reivindicações será analisada por advogados e transformada em um documento a ser encaminhado aos governos.
Melhorias na educação, na saúde e no transporte público e a não aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37 – que retira poder de investigação dos Ministérios Públicos estaduais e federal – foram os assuntos mais sugeridos.
Temas específicos, como solução para os feirantes do Mineirinho e para os comerciantes do Mineirão, que perderam o espaço de trabalho, assim como a conclusão do Hospital Metropolitano do Barreiro (cujas obras estão atrasadas e paralisadas), também foram tratados.
As conquistas já alcançadas foram exaltadas pelo vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Gladson Reis. “Conseguimos que a tarifa de ônibus fosse reduzida e que a liminar que nos proibia de manifestar em Minas Gerais fosse revogada. É um começo”, disse.
Reis critica a truculência da polícia e a agressão de manifestantes aos profissionais de imprensa. “A violência tira o foco do que importa”, diz a mestranda Áurea Carolina de Freitas. Líderes irão se encontrar com representantes do MP e da PM hoje.
Bem conduzido
A boa organização do encontro chamou a atenção. “Se vocês concordarem com quem está com a palavra, coloquem as mãos para cima. Se não, para baixo”, explicou Fidélis Alcântara, membro do Comitê dos Atingidos pela Copa, antes da assembleia. Dessa forma, a fala de um minuto dos participantes não era interrompida.