Manifestantes se dispersam no Centro de BH após tarde de caos

Hoje em Dia (*)
12/06/2014 às 18:13.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:59
 (Samuel Costa/Hoje em Dia)

(Samuel Costa/Hoje em Dia)

Depois de um protesto marcado por atos de vandalismo, as pessoas que ainda participam de manifestação em Belo Horizonte na tarde desta quinta-feira (12) dispersaram na região Central da capital mineira. No entanto, o trânsito no quarteirão da Praça 7, no coração de BH, novamente foi fechado. O bloqueio foi feito por policiais militares e agentes da BHTrans.   O protesto começou na Praça 7, no Centro, onde os manifestantes se reuniram e, posteriormente, deram início a passeata pela movimentada avenida Afonso Pena, no sentido da Praça da Liberdade. Durante essa primeira fase, duas pessoas foram presas, de acordo com o tenente-coronel Ricardo Machado, do Comando de Policiamento Especializado (CPE). Com os conduzidos, foram apreendidos socos ingleses, máscaras e uma faca. Daniel Otoni dos Santos Ferreira foi abordado na rua Rio de Janeiro e Ivison Roberto Caetano Moura, de 22 anos, na esquina entre a avenida Afonso Pena com a rua São Paulo.    Na Praça da Liberdade, houve confronto. Policiais militares foram atingidos por pedras jogadas pelos participantes do ato e revidaram com bombas de gás lacrimogêneo. Um fotógrafo foi ferido no meio da confusão. Sérgio Moraes, de 52 anos e que é funcionário da Reuters, foi atingido com pedrada na cabeça e levado às pressas para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, no bairro Santa Efigênia, na região Leste da capital. O agressor ainda não foi identificado ou preso.   Após a passeata, o grupo resolveu voltar ao Centro e, ao passar pela avenida João Pinheiro, deixou um verdadeiro rastro de destruição. Com pedras e outros objetos, eles quebraram toda uma agência do Banco Santander, novas bicicletas compartilhadas e pontos de ônibus. Uma viatura da Polícia Civil (PC) chegou a ser virada pelos participantes do ato em frente ao Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). Vários muros, fachadas de comércios e edifícios, incluindo o do Detran-MG, ainda foram pichados, assim como a sede da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Além disso, no meio de tanto vandalismo, alguns manifestantes brigaram entre si. De volta à região Central da cidade, mais prédios foram danificados, assim como comércios em geral. A estação do Move na avenida Paraná foi invadida.   O ato, intitulado de Copa sem povo, tô na rua de novo!!! - 12J", foi marcado por meio de evento criado no Facebook e organizado por líderes do Comitê dos Atingidos pela Copa (COPAC), em parceria com vários movimentos sociais. No texto de convite, foi informado que o objetivo é retornar às ruas, que são um "espaço de expressão da luta legítima do povo". "Não nos calaremos diante da FIFA e do estado de exceção instaurado no país". Ao todo, 7.500 pessoas confirmaram presença na manifestação.    A manifestação ocorre em prol do fim das "remoções forçadas de famílias que invadiram terrenos, direito de manifestar livremente, não criminalização de protesto e movimentos sociais, apoio aos funcionários da rede municipal de Belo Horizonte, transporte gratuito e de qualidade, desmilitarização da polícia, direito ao trabalho ambulante e a expressão da cultura popular, volta do "tropeirão", dignidade aos barraqueiros do Mineirão e feirantes do Mineirinho, direitos humanos e dignidade dos moradores de rua, fim da violência institucional, fim das mortes de operários em obras de infraestrutura, defesa das profissionais do sexo, contra a exploração sexual e violência contra a comunidade LGBTT, contra os gastos abusivos da Copa, revogação da Lei Geral da Copa e democratização dos meios de comunicação".    O balanço de presos e prejuízos ainda não foi divulgado pela Polícia Militar (PM). (*Com Danilo Emerich)
(Fotos: Frederico Haikal/Hoje em Dia)

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