Marcha das Vadias, em BH, pede fim do machismo e discriminação contra mulheres

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
24/05/2014 às 17:11.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:43

(Samuel Costa/Hoje em Dia)

Cerca de 400 pessoas reuniram-se na Praça da Rodoviária, Região Centro-Sul da cidade, para o quarto ato promovido pela Marcha das Vadias, na tarde deste sábado (24). Os participantes, mulheres em sua maioria, levaram cartazes e exibiram mensagens pintadas no próprio corpo pedindo o fim da cultura machista e discriminatória.   De acordo com uma das organizadoras do evento, Adriana Torres, o movimento teve o objetivo de reforçar reivindicações antigas e incluir outras na pauta. “A violência é efeito da falta de liberdade. A mulher, mesmo quando é vítima, é culpada pela maneira de vestir-se ou comportar-se. Então, é preciso mudar o sistema”, disse, referindo-se à pesquisa do Ipea divulgada em março, na qual a maior parte dos entrevistados afirmou que as mulheres merecem ser violentadas quando usam roupas que deixam o corpo à mostra – o resultado foi corrigido no mês passado.   Para a estudante Lia Silva, de 23 anos, estreante na Marcha, fazer parte do movimento é uma maneira de demonstrar sua indignação com tamanho desrespeito ao direito das mulheres. "Alguns homens acham que nos vestirmos de determinada maneira é um convite ao abuso, mas eu acho que as pessoas podem agir da maneira que quiserem".     Gabrielle Glauss, de 17 anos, acompanha o movimento desde a primeira edição e também luta pela igualdade dos sexos na sociedade. "Não se trata de diminuir os homens, mas de aumentar as mulheres. E a questão não é eu estar de sutiã, é estar de qualquer jeito e não ser julgada", disse.   Mas, embora a manifestação tivesse as mulheres em foco, outros grupos vítimas de discriminação também marcaram presença. O estudante Gian Gabriel, de 18 anos, participou pela segunda vez em prol dos direitos homo afetivos. "Não temos liberdade, não podemos expressar afeto nas ruas sem receber hostilidade. Sofro preconceito por causa de homens que se acham melhores do que eu".   A Marcha ainda seguiu pela rua Guaicurus até a Praça da Estação e terminou na Praça da Liberdade.

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