A médica Gabriela Corrêa Ferreira da Costa, acusada de integrar o grupo criminoso que teria matado dois empresários no bairro Sion, em abril de 2010, será julgada em março de 2015. A sessão que definiria se ela é culpada ou inocente do crime estava prevista para ocorrer na manhã desta quinta-feira (30), no 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte.
Contudo, o promotor Francisco Santiago, representante do Ministério Público Estadual (MPE), solicitou o adiamento do julgamento. O pedido foi analisado e acatado pelo juiz Glauco Fernandes, que remarcou a data para 31 de março do ano que vem.
Nesta quinta estavam previstas para serem ouvidas dez testemunhas, sendo cinco de acusação e cinco de defesa. A médica responde por homicídio, sequestro, cárcere privado, extorsão, associação criminosa e destruição e ocultação de cadáver. Ela responde o processo em liberdade.
Na ocasião do duplo assassinato, conforme o MPE, Gabriela namorava o universitário Frederico Flores, apontado como o mentor do crime. Segundo a denúncia, o grupo, que ficou conhecido como "Bando da Degola", matou, multilou e arracou as cabeças e dedos das vítimas para dificultar a identificação.
Entenda o caso
De acordo com a denúncia do MP, o garçom Adrian Gabriel Grigorcea foi o responsável por atrair o genro, Rayder Rodrigues, de 39 anos, ao apartamento de Frederico Costa Flores Carvalho. O dono do imóvel e dois ex-policiais militares, André Bartolomeu e Renato Mozer, amarram e torturam Rayder para conseguir informações sobre contas bancárias das lojas dele.
O sócio de Rayder, Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, também foi levado ao apartamento. Ambos foram assinados no local. As vítimas ainda tiveram os dedos e cabeças cortados, para dificultar a identificação. Os corpos foram jogados em uma estrada em Nova Lima, na Região Metropolitana de BH.
No dia seguinte, de acordo com o MP, os réus se reuniram para limpar a cena do crime e realizar um churrasco no apartamento.
Condenação
O líder do bando, Frederico Flores, foi julgado em setembro de 2013 e sentenciado a 23 abnos de reclusão por homicídio qualificado, sequestro e cárcere privado, extorsão, destruição e ocultação de cadáveres e formação de quadrilha.
O ex-policial militar Renato Mozer e o estudante Arlindo Soares Lobo também já foram condenados a penas de 59 e 44 anos de prisão, respectivamente. O garçom Adrian Gabriel Grigorcea foi condenado, em 14 de julho deste ano, a 30 anos de prisão por dois homicídios triplamente qualificados e formação de quadrilha.
O pastor Sidney Eduardo Benjamim foi julgado em setembro deste ano e sentenciado a três anos de reclusão em regime aberto. Será julgado ainda o policial André Luiz Bartolomeu, em 29 de janeiro de 2015. O advogado Luiz Astolfo Sales Bueno é o único que ainda não tem data para sentar no banco dos réus.