Médico diz que morte de mulher após cirurgia estética é fatalidade

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
23/10/2018 às 17:33.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:23

(Raul Mariano/Hoje em Dia)

A morte da bancária Renata Bretas, cinco dias depois de passar por uma cirurgia plástica nas mamas, em um clínica na região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi considerada pelo médico responsável pelo procedimento como uma fatalidade. 

O cirurgião Frederico Vasconcelos, que junto com o anestesista Dener Diniz coordenou a operação, afirmou em coletiva na tarde desta terça-feira (23), que a paciente apresentou todos os exames pré-operatórios exigidos e que não se encaixava em nenhum quadro de risco para o procedimento. 

A suspeita dos profissionais é que a mulher tenha sido vítima de um quadro de embolia pulmonar aguda (quando pequenos coágulos formados nos membros inferiores caem na circulação sanguínea e chegam até o pulmão).

"Não houve nenhum único indício de trombose durante o período em que ela esteve na clínica", afirmou Vasconcelos. "Além disso, nenhuma queixa foi apresentada por ela nos dias subsequentes à alta", acrescentou. 

Morte

O médico contou que, na manhã de segunda-feira (22), foi informado pelo namorado de Renata que ela havia passado mal, sendo levada às pressas para o hospital. 

"Ele (o namorado) me disse que ela estava sentindo falta de ar, mas que estava bem", relatou Vasconcelos. "Depois, por telefone, o médico que a atendeu me informou que o quadro era agudo e que havia uma suspeita de embolia", acrescentou. 

A necropsia que será realizada no corpo de Renata deverá ser concluída em cerca de 30 dias, de acordo com informações da Polícia Civil, que investiga o caso.

Apuração do caso

O Conselho Regional de Medicina (CRM) de Minas também foi procurado e informou, por meio de nota, que tomou conhecimento do caso "e que iniciará os procedimentos regulamentares necessários à apuração dos fatos". Segundo a autarquia, o médico responsável pelas cirurgias e a clínica onde os procedimentos ocorreram estão em situação regular. 

Se constatada irregularidade, as penalidades variam de advertência em aviso reservado, censura confidencial, censura pública, podendo chegar à suspensão do exercício profissional por 30 dias e, em casos mais graves, à cassação do exercício profissional do médico.

Denúncias

Ainda conforme o CRM-MG, todas as denúncias recebidas estão sendo apuradas de acordo com os trâmites estabelecidos no Código de Processo Ético Profissional (CPEP). "Os procedimentos correm sob sigilo. Obedecendo ao CPEP, somente as penalidades públicas impostas aos médicos denunciados podem ser divulgadas", destacou.

As denúncias feitas ao CRM-MG devem ser formuladas por escrito e, se possível, conter o relato detalhado dos fatos e identificação completa dos envolvidos. Além disso, precisam ser assinadas e documentadas. 

Elas podem ser entregues na sede do CRM-MG em BH ou nas regionais, no interior do Estado; enviadas por correio ou para o e-mail processos@crmmg.org.br. "Todos os documentos e imagens devem ser legíveis. Não são aceitas denúncias anônimas", frisou a autarquia.

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