Artista confundido com estuprador e preso injustamente por 18 anos revelou em audiência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (17) que ainda aguarda reparação do Estado pelos danos sofridos.
Hoje aos 66 anos, o artista plástico Eugênio Fiúza Queiroz revelou aos deputados que ainda sonha em realizar alguma obra social para crianças e em se mudar para o Rio de Janeiro. “Em Belo Horizonte me sinto em risco e estigmatizado. Não sei como estou uma pessoa normal. Não se explica eu ter vivido. É como se tivesse (enfrentado) uma pena de morte todos os dias", explica.
Durante a reunião, vieram à tona informações sobre recentes decisões favoráveis a Eugênio, que se mostrou surpreso com o que desconhecia até então. Conforme levantado pela comissão, o Estado foi intimado pela 5ª Vara da Fazenda Pública, em despacho dado na última quinta-feira (11), a cumprir em 48 horas decisão anterior da mesma Vara concedendo ao autor pensão alimentícia.
Entenda o caso
Eugênio foi detido em 1995, em Belo Horizonte (RMBH), ao ser reconhecido por uma vítima e depois outras oito. Apontado como o "maníaco do Anchieta", foi confundido com o verdadeiro criminoso pela semelhança física e condenado a 37 anos de prisão, dos quais cumpriu mais de 18 anos. As autoridades esclareceram o engano quando o ex-bancário Pedro Meyer, autor da série de crimes de estupro cometidos à época, foi reconhecido em 2012 e condenado a 13 anos de prisão.
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