Menos de 20% da lama de rejeitos que invadiu a zona rural de Brumadinho após o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão foi revolvida até o momento, seis meses após a tragédia. Para atuar nas buscas pelos 22 desaparecidos, o Corpo de Bombeiros conta com estudos apurados para saber quais são os locais mais prováveis de encontrar as vítimas.
“O trabalho continua sendo realizado dentro de uma estratégia tática e de inteligência. Até o momento, revolvemos menos de 20% dos rejeitos da barragem e encontramos 92% dos desaparecidos”, afirmou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Edgard Estevo da Silva, durante coletiva realizada em Brumadinho, nesta quinta-feira (25), quando o rompimento da barragem B1 completa seis meses. Foram confirmadas as mortes de 248 pessoas.
Na data simbólica, o governador Romeu Zema esteve presente em Brumadinho para cumprimentar os bombeiros que atuam nas buscas pelos desaparecidos.
Buscas
Neste momento, 135 bombeiros trabalham diariamente (sete dias por semana) na busca por corpos e segmentos de corpos das vítimas não identificadas, contando com maquinário e cães farejadores de diversas partes do país. Desde o início da operação, 62 cães de 13 estados participaram das buscas. Neste momento, a corporação de Minas conta com o trabalho de cães bombeiros da Paraíba e do Mato Grosso.
Agora, o trabalho deve se concentrar em áreas mais profundas da lama – em alguns locais, ela chega a 17 metros. E o Corpo de Bombeiros luta contra o tempo. “Não temos mais corpos e segmentos superficiais. A decomposição vai acontecendo e os segmentos vão ficando menores”, explicou o comandante.
Segundo o coronel Estevo, 713 segmentos/corpos foram entregues pelos bombeiros à Polícia Civil para que fosse feito o trabalho de identificação, mas 128 ainda não foram solucionados. De acordo com a Polícia Civil, há vários fatores que interferem na extração do DNA dos segmentos que chegam ao Instituto Médico Legal.
Nesses seis meses de trabalho, 2,3 mil bombeiros militares mineiros e de outros 14 estados, além de Israel, passaram pela operação. Foram realizadas mais de 1,6 mil horas de voo por 31 aeronaves. Mais de 250 máquinas atuam na verificação da lama, apenas nos últimos dias, e seis drones, além de outros equipamentos.
A Defesa Civil de Minas Gerais também se manifestou sobre o trabalho realizado em Brumadinho desde a tragédia. A pasta informa que “se mantém presente na cidade, ininterruptamente, integrando esforços e empreendendo ações de coordenação e assistência das mais diversas formas”.