Mesmo proibido, ‘Seca Barriga’ é vendido livremente na capital

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
14/08/2014 às 07:33.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:47

(Ricardo Bastos)

Apesar da proibição, ainda é fácil encontrar – e comprar – medicamentos que prometem, milagrosamente, acabar com a barriguinha saliente. Desde terça-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a fabricação, a distribuição e a venda do produto Seca Barriga em cápsulas em todo o Brasil. No entanto, nessa quarta-feira (13) ele ainda era encontrado nas prateleiras de farmácias de manipulação de Belo Horizonte.

Em um estabelecimento do bairro Santa Efigênia, na região Leste da cidade, o frasco com 60 unidades, para ser consumido em 10 dias, é vendido livremente por R$ 19,50.

Em outra loja, o mesmo produto custa R$ 42, mas está em falta; não pela suspensão e, sim, pelo excesso de procura. “Ele é muito vendido, mas na semana que vem deverá chegar mais para a gente”, disse a vendedora.

Em nenhum dos dois locais foi exigida recomendação nem prescrição médica.

A reportagem do Hoje em Dia percorreu sete farmácias, concentradas em três avenidas da região. Em apenas uma delas a determinação da Anvisa foi mencionada por uma vendedora; em cinco, os atendentes tentaram vender outros produtos para emagrecimento rápido aliado à sensação de bem-estar; e, em outra, a vendedora não sabia do que se tratava.

Medidas

De acordo com a Anvisa, cabe ao fabricante do Seca Barriga em cápsulas recolher imediatamente os produtos nos estabelecimentos em que foram distribuídos para comercialização.

Já as lojas devem suspender a venda. A fiscalização, a partir de agora, ficará sob responsabilidade dos Centros de Vigilância Sanitária de cada Estado e do Distrito Federal.

Em caso de descumprimento, as infrações sanitárias serão enquadradas na Lei 6.437/1977 e poderão ser punidas com advertência, multa, apreensão, inutilização e interdição dos produtos e até interdição parcial ou total do estabelecimento.

Anvisa identifica falsidade em rótulo

A Anvisa proibiu a fabricação, a distribuição e a comercialização do Seca Barriga em cápsulas em todo o território nacional na última terça-feira (12).

A medida, publicada no Diário Oficial da União, foi adotada depois que a Diretoria de Vigilância Sanitária do Estado de Santa Catarina encaminhou à Agência informações sobre a inexistência de CNPJ e Inscrição Estadual, além de endereço falso do fabricante.

Segundo a Anvisa, o rótulo do produto informa falsamente que ele é fabricado pelo Laboratório Quallys Ltda.

Especialista alerta sobre riscos à saúde

A busca pelo corpo perfeito e o uso de fórmulas que prometem emagrecimento rápido podem ser uma combinação extremamente prejudicial à saúde. De acordo com a nutricionista e professora de Estética da Universidade Fumec, Ana Cristina Machado, além de não cumprirem o que propõem, alguns medicamentos podem fazer mal ao paciente.

“Se eles tiverem algum diurético, se for um remédio que causa diarreia ou aumento da pressão arterial, por exemplo, pode ser prejudicial. Esses medicamentos nunca devem ser usados sem prescrição”, diz.

No caso do Seca Barriga em cápsulas, Ana Cristina ressalta que não existe comprovação de sua eficácia. “O princípio ativo dele é o goji berry, que não tem princípio nenhum. Ele é um potencial antioxidante, mas emagrecer não emagrece.

Até existem alguns fitoterápicos indicados para emagrecimento que colocamos como coadjuvantes nas dietas, mas só o medicamento não faz isso”, afirma a nutricionista.

Segundo ela, ainda há os casos em que o remédio provoca perda de peso, mas somente enquanto é ingerido. Se o uso for interrompido, a pessoa corre o risco de engordar o dobro.

Mas, de acordo com Ana Cristina, nem tudo está perdido. Para quem está brigando com a balança, ela passa a receita de sucesso: atividade física aliada à alimentação balanceada. “Não adianta querer perder uns quilinhos sem fechar a boca e ir para a academia”.

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