Greve

Metrô de BH continua parado nesta terça-feira; metroviários não cumprem escala mínima

Clara Mariz
Publicado em 21/03/2022 às 19:26.Atualizado em 21/03/2022 às 22:12.

Quem depende do metrô de Belo Horizonte para se locomover pela cidade terá que optar por outros meios de transporte devido a greve dos metroviários, que começou nesta segunda-feira (21). Pelo menos 70 mil usuários devem ser diretamente afetados pela paralisação . 

Mesmo com uma liminar que obriga o funcionamento nos horários de pico, os trens não circularam pela manhã e também na tarde de hoje. O sistema operou apenas das 10h às 17h. A decisão judicial prevê multa diária de R$ 30 mil. 

De acordo com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG), que monitora a efetivação da escala mínima, até o início desta noite não houve nenhuma notificação de descumprimento da ordem judicial. Conforme a assessoria do órgão, o sindicato só será notificado e a multa aplicada depois que a denúncia for analisada e a infração constatada. 

Segundo informou a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) por meio de nota, mais de 100 mil pessoas utilizam o transporte em dias úteis -- boa parte, nos períodos de maior movimento. Por isso, a ordem Judicial determina a escala mínima de 5h30 às 10h e das 16h30 às 20h.

A paralisação dos metroviários deixou todas as estações da capital fechadas nas primeiras horas desta segunda. Até às 10h, a CBTU estima que cerca de 37 mil pessoas deixaram de ser transportadas.

Tempo Indeterminado

A paralisação das atividades e o descumprimento da escala mínima deve ocorrer por tempo indeterminado, conforme adiantou o  Sindicato dos Metroviários (Sindimetro-MG), já que a entidade decidiu manter a greve até que o governo federal esteja disposto a apresentar uma alternativa aos empregados em caso de privatização da CBTU.

Os profissionais ainda se queixam da falta de respostas da companhia nas atuais negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Ônibus

Para diminuir o impacto na mobilidade pela cidade, a BHTrans solicitou, nesta segunda-feira, ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de BH (Setra), que mais veículos fossem colocados à disposição da população. Por meio de nota à imprensa, o sindicato informou que houve um aumento das viagens pontuais e que está acompanhando o comportamento da demanda para ajustar as escalas. 

A entidade destacou, ainda, que o sistema passa por um momento de “extrema gravidade”, em que as empresas estão encontrando grande dificuldade de realizar viagens extras para cobrir o atendimento do metrô. “Em razão do colapso financeiro que o sistema de transporte coletivo por ônibus vem enfrentando - após aumento de 25% no óleo diesel e pelo congelamento das tarifas desde 2018. A total insuficiência de recursos arrecadados no sistema hoje não consegue cobrir despesas básicas como mão-de-obra e combustíveis”, afirmou o Setra.

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