
A estação do metrô Gameleira, na região Oeste de Belo Horizonte, foi palco de uma simulação de ataque químico no fim da noite de terça-feira (19). Conforme o Exército, a atividade aconteceu como preparação para os Jogos Olímpicos, que serão disputados no Rio de Janeiro.
Durante o treinamento, militares das Forças Armadas simularam os ataques, inclusive com materiais nucleares, e fizeram os procedimentos para prevenção e descontaminação dos agentes químicos.
Conforme a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o treinamento ocorreu entre 23h30 e 1h para não prejudicar os passageiros. Após o simulado, os envolvidos se reuniram para discutir os acertos e pontos que merecem atenção.
Além do Exército Brasileiro, a prática envolveu agentes da Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, servidores da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Defesa Civil, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, da BHTrans, da Fundação Ezequiel Dias, da Secretaria de Estado de Saúde, da Secretaria de Saúde Municipal de Belo Horizonte e do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear.
Simulado
No treinamento desta madrugada houve simulação de ataque com gás cloramina, causador de irritações severas nas vias aéreas. Militares do Corpo de Bombeiros, vestidos com roupas especiais, agiram rapidamente para realizar a descontaminação do local e, também, das vítimas. Do lado de fora da estação havia equipamentos e toda estrutura necessária para realizar estes primeiros atendimentos, retratando exatamente a que seria erguida em caso de um atendado real.
Na simulação do ataque com gás, os agentes do metrô exercitaram o contato com o Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), que, por sua vez, acionou o Exército, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar para irem a campo. Agentes da BHTrans isolaram o local e ficaram responsáveis pelo remanejamento do fluxo de veículos no entorno da estação. Além disso, eles orientavam moradores e transeuntes sobre a interdição das ruas.
“Por se tratar de um local menor, com acesso dificultado, a ação requer flexibilidade das equipes de atendimento. A avaliação deste treinamento foi positiva, pois o tempo de resposta foi adequado dentro daquilo que a gente vem treinando”, avaliou Major do Exército, Tadeu Barradas.
Militares do Esquadrão Antibombas do Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar também fizeram a simulação de neutralização de um suposto artefato explosivo, deixado na rampa de entrada da estação. Esta prática foi importante para treinar a percepção dos funcionários da CBTU e de passageiros, que rapidamente acionaram a central de segurança do metrô ao perceberem o objeto suspeito.
“Treinamentos como este, em locais de grande fluxo de pessoas, são importantes para que as agências interajam e consigam unir esforços e agir de forma harmônica, a fim de mitigar os riscos de um atentado”, salientou o Tenente do Gate, Paulo Matos.
Evento
Apesar do evento olímpico ser realizado no Rio, a expectativa da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é de que aproximadamente 20 mil turistas passem por Belo Horizonte. A cidade, que terá dez partidas de futebol masculino e feminino, receberá entre 400 e 500 atletas e 1.500 jornalistas.
No Brasil, são esperados 15 mil atletas de 2016 países e 32 mil profissionais de imprensa.