Paralisação

Metroviários reclamam de falta de diálogo e votam pela continuidade da greve

Pedro Faria
pfaria@hojeemdia.com.br
22/02/2023 às 11:57.
Atualizado em 22/02/2023 às 12:09

(Hoje em Dia / Maurício Vieira)

Após mais uma assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (22), na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no bairro Colégio Batista, em Belo Horizonte, o Sindicato dos Metroviários votou pela continuidade da paralisação do metrô da capital. 

Os metroviários também aprovaram um protesto pelas ruas de Belo Horizonte, mas a data ainda não foi definida. Membros do sindicato também vão em excursão até Brasília, no dia 27, onde pretendem falar diretamente com o Presidente Lula sobre a situação da categoria.

A greve segue pelo menos até o sábado (25), quando os metroviários vão realizar nova assembleia, às 10h na Estação Central. 

Discussão

Em dezembro do ano passado, o metrô de BH foi privatizado em leilão realizado em São Paulo. O grupo Comporte Participações S.A. venceu a disputa. 

Após a privatização, os metroviários optaram por realizar uma paralisação na última semana. O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Regional (TRT-3) determinou que os servidores mantenham escala mínima de 70% no funcionamento do serviço, eles optaram por não aderir à redução e fazer a paralisação total.

Durante a reunião de conciliação realizada na sede do TRT, na última terça-feira (14), o Ministério Público do Trabalho (MPT) sugeriu a criação de um grupo especial de atuação no âmbito da Procuradoria-Geral do Trabalho, em Brasília (DF). A ideia é abrir uma instância de diálogo com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e demais órgãos e entidades com competência decisória sobre as relações de trabalho dos empregados.

O Grupo Comporte – que reúne empresas de transporte rodoviário e urbano de passageiros, cargas e turismos – venceu o leilão de concessão realizado em 22 de dezembro na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), com lance único de R$ 25,75 milhões. 

Os metroviários reclamam que não foram ouvidos durante o processo de elaboração do edital de concessão do serviço em BH e temem a falta de estabilidade após a desestatização.

Na audiência de conciliação no TRT-3, o desembargador César Pereira Machado Júnior solicitou que os metroviários suspendam a mobilização, e determinou ainda o funcionamento de 100% do serviço de segurança metroviária, em período integral. 

No sábado (18), o prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), criticou a companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Para ele, o órgão deveria ter impedido a greve dos metroviários em pleno Carnaval. As linhas estão paradas desde a última quarta-feira (15).

Fuad chegou a afirmar que "se passar o Carnaval sem precisar deles (CBTU), é melhor privatizar mesmo". No dia, a CBTU informou que não iria comentar a fala do prefeito.

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