Estudo da Fundação Dom Cabral

Minas é o 3º estado brasileiro com mais acidentes em rodovias federais

Clara Mariz
@clara_mariz
05/07/2022 às 16:28.
Atualizado em 05/07/2022 às 16:42

Atualmente, o valor cobrado para motocicletas, motonetas e bicicletas moto é R$ 3,15 (Reprodução/Street View)

Minas Gerais é o terceiro estado brasileiro com mais taxas de acidente em rodovias federais. Os dados fazem parte de um levantamento divulgado nesta terça-feira (5) pela Fundação Dom Cabral. O Estado está atrás apenas do Rio Grande do Sul e do Paraná.

Conforme o estudo, foram registrados 8.197 em rodovias federais em Minas em 2021. O levantamento levou em consideração o número absoluto de acidentes, as Taxas de Acidente (TAC), as Taxas de Severidade de Acidentes (TSAc) com uma variação conforme danos materiais, as vítimas e as mortes, além do volume de veículos que circulam no local.

Mesmo sendo a pior malha rodoviária da região Sudeste em relação à quantidade de acidentes, os dados de Minas poderiam ser piores. Isso porque teria ocorrido subnotificação e desencontro de informações.

De acordo com o professor de Logística, Transporte e Planejamento de Operações e Supply Chain da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, alguns pontos das rodovias mineiras possuem controle de segurança e acidente da Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais. Assim, o banco de dados é gerido pelo Estado e acaba não entrando no programa da Polícia Rodoviária Federal (PRF), usado na pesquisa.

"Sem dúvida, se nós tivéssemos uma integração dos bancos de dados entre todas as polícias, no caso de Minas Gerais, poderíamos sim ter uma alta no índice de severidade, já que o Anel Rodoviário apresenta um número muito grande de ocorrências com acidentes graves ou fatais", disse o especialista.

Rodovias privadas
O levantamento mostrou, ainda, que o número de acidentes em rodovias cedidas à iniciativa privada é menor do que os registrados nas vias administradas pelos governos. Segundo o estudo, dos 64.274 acidentes nas estradas em 2021, 37.037 ocorreram nas vias sob gestão pública e 27.237 nas privadas.

Mesmo com a diferença, existe um aumento no número de acidentes nas rodovias concedidas à iniciativa privada. Enquanto nas de gestão pública percebe-se uma queda.

Para  Paulo Resende, isso ocorre devido às boas condições das estradas, fator que também é encontrado em outros países. "Quando a rodovia melhora, os acidentes causados pela alta velocidade tendem a aumentar", afirmou o especialista da Fundação Dom Cabral.

Porém, segundo ele, o nível de severidade dessas ocorrências é menor. "A questão é que quando você tem investimento em equipamentos de segurança como muretas físicas entre os sentidos da rodovia, a severidade dos acidentes diminui muito".

BRs 040 e 381
Na madrugada desta terça-feira (5), uma carreta capotou próximo ao KM 367 da BR-381, na altura da cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo, na região Central do Estado. O motorista do veículo ficou preso às ferragens e teve que ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros.

(CBMMG / Divulgação)

Ocorrências como essa são frequentes em qualquer trecho da via, conhecida pelos mineiros como "Rodovia da Morte". A BR-381 liga o Espírito Santo a São Paulo e conta com 1.181 km, sendo 950 km em Minas Gerais.

Segundo Paulo Resende, ao lado da BR-040, que também passa pelo território mineiro, as maiores taxas de severidade relacionadas às duas rodovias federais ocorrem, principalmente, em regiões próximas a perímetros urbanos.

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