Saúde

Minas não atinge cobertura vacinal completa contra poliomielite há 8 anos; nova campanha começa hoje

Gabriel Rezende
grezende@hojeemdia.com.br
Publicado em 08/08/2022 às 07:00.

Pais devem estar atentos à urgência da vacinação dos filhos contra a poliomielite, a paralisia infantil. Médicos temem o retorno da doença, erradicada do Brasil desde 1989. A campanha de imunização tem início em todo o Brasil nesta segunda-feira (8). 

O alerta ocorre em meio à baixa adesão em Minas. Nos últimos oito anos, o ciclo vacinal das crianças não foi alcançado. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é imunizar 95% do público-alvo.

No entanto, em 2021 apenas 75% completaram o primeiro ciclo de vacinação - três doses iniciais no primeiro ano de vida - e 67%¨o segundo: duas doses de reforço aos 15 meses e 4 anos.

Os dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) inidicam a cobertura alcançada em 2021 foi a pior dos últimos dez anos. O fato de muitas pessoas não terem convivido com a doença, acreditando que ela não existe mais, é um dos principais motivos para a baixa cobertura. A pandemia e a disseminação de informações falsas também contribuiram.

A médica Gabriela Araújo, que já foi diretora da Sociedade Mineira de Pediatria, alerta para os riscos da pólio, que pode causar sequelas permanentes. “Cerca de um em cada 200 pacientes com a doença terá paralisia irreversível. É como se fosse uma loteria com a saúde. É desenvolver uma condição a partir de uma doença para a qual já existe vacina”, diz a infectologista. 

Recentemente, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) colocou o Brasil entre os oito países considerados como “áreas de alto risco para a volta da doença”.

Gabriela Araújo reforça que a “baixa vacinação é convite para doença reaparecer”. A especialista afirma que a vacinação é um ato de cidadania. “Quando você deixa de imunizar seu filho, você possibilita que o vírus, o agente causador da doença, volte a circular”, completa.   

Vacina

A vacina intramuscular contra a poliomielite deve ser aplicada, em três doses, no primeiro ano da criança: aos dois, quatro e seis meses de vida. O intervalo entre as doses é de 60 dias.  

Além disso, são necessárias duas doses de reforço do imunizante, aplicado desta vez em gotinhas orais: uma aos 15 meses de idade e outra aos 4 anos. 

A vacina integra o calendário de rotina do Programa Nacional de Imunizações (PNI), é gratuita e está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) em qualquer época do ano.

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