Minas tem 28 barragens de rejeitos de minério em estado de emergência. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (21) pelo gerente de recuperação de área de mineração e gestão de barragens da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Roberto Gomes.

Dessas, quatro estão em nível 3, que configura risco iminente de rompimento. São elas: 

Veja aqui a lista completa de barragens.

De acordo com o servidor, os técnicos da Feam trabalham para reduzir o nível de perigo das estruturas. “Temos todas as informações e estamos acompanhando junto da ANM para tratar caso aconteça algum problema", disse.

Ele explicou que o estado de emergência acontece por diversos fatores, seja documentação ou problema estrutural. "A maioria dessas estruturas é antiga, então precisamos fazer um aprofundamento dos estados para coletar mais dados”, analisou Roberto.

Outras 44 barragens estão em processo de descomissionamento pelas empresas. “Estamos contando com o auxílio de empresas de auditoria externas para fazer esse processo de forma segura. Ele pode demorar até 10 anos”, disse o gerente.

Balanço

Nesta sexta, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semad) divulgou o balanço parcial das fiscalizações de prevenção ao período chuvoso realizadas em 15 barragens no Estado. A ação acontece em conjunto com a Feam, a Polícia Militar (PM) e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec-MG).

De acordo com Roberto Gomes, as barragens fiscalizadas não fazem parte do grupo em estado de emergência, mas tiveram problemas com chuvas nos últimos anos. Durante as visitas, foi constatado que algumas dessas estruturas precisam de manutenção, mas não há "riscos".

“Observamos que algumas estruturas precisam de limpezas de canaletas, tratamentos de processos erosivos, para serem preparadas para o período de chuvas. Vamos notificar os empreendedores que façam as manutenções necessárias nesses pontos. Até o momento, não temos perspectiva de risco”, disse.

A principal irregularidade encontrada foi em uma estrutura de Forquilhas, da Vale, em Ipatinga, no Vale do Rio Doce, onde um rio foi parcialmente afetado devido a um vazamento. “Devido às chuvas do início do ano, houve o assoreamento de um curso d’água. A empresa limpou o local mas, durante a fiscalização, observamos que a qualidade da água estava prejudicada", relatou o gestor ambiental da SEMAD, Gustavo Fonseca.

Segundo ele, a empresa será advertida e terá um prazo de 90 dias para regularizar. "Se não o fizer, será multada”, frisou.

Esta foi a segunda ação dos órgãos públicos realizada no ano. A primeira aconteceu em abril, durante o período de seca. Até setembro, a Feam já realizou mais de 345 fiscalizações em diversas barragens de Minas. Essas ações foram feitas após denúncias ou trabalhos de rotina. 

O Hoje em Dia questionou a Feam sobre a localização das 28 estruturas em estado de emergência e aguarda retorno.

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