Minas tem 63% dos leitos de UTI ocupados; situação não é confortável, diz secretário

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
07/05/2020 às 14:03.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:27
 (Silas Camargo/ Pixabay)

(Silas Camargo/ Pixabay)

Minas Gerais tem 63% dos leitos de terapia intensiva e 66% dos leitos clínicos do SUS ocupados neste momento, afirmou o secretário de Estado de Saúde nesta quinta-feira (7). O Estado está com uma situação controlada no combate à pandemia de Covid-19, mas deve manter todas as medidas de controle para não vivenciar um grande crescimento no número de casos da doença.

Esse é o primeiro balanço apresentado pela secretaria sobre taxa de ocupação de leitos em Minas neste mês de maio. Nesta quarta-feira (6), o secretário havia informado que a pasta estava fazendo um levantamento mais preciso sobre a ocupação dos hospitais. No dia 29 de abril, a taxa era de 59% tanto para leitos de terapia intensiva quanto de enfermaria.

Em relação aos pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19 no Estado, 136 estão na UTI (6% dos leitos). Na enfermaria, estão internadas 486 pessoas diagnosticadas com a doença - 4% do total. 

“A situação projetada não é desfavorável, mas também não é confortável”, afirmou o secretário, durante coletiva virtual. Amaral disse ainda que não se sente confortável de afirmar que, no caso de ocorrência de um pico, o Estado terá todos os leitos necessários. "Isso dependerá de como esse pico virá”.

O secretário informou que entende o pico como um “estresse de risco assistencial” na rede pública de saúde. A última projeção de pico apresentada pela secretaria aponta para 6 de junho, com estimativa de 3 mil casos e 200 mortos contabilizados. Neste momento, os dados oficiais são de 2.770 casos e 106 mortes por Covid-19 no Estado.

Para não ocorrer um pico alto na curva da epidemia e, consequentemente, o estresse na assistência hospitalar, a população deve continuar fazendo a sua parte, segundo o secretário. Ou seja, o ideal ainda é manter o distanciamento social, usar máscara ao sair de casa, higienizar constantemente as mãos e separar objetos de uso pessoal.

Questionado se Minas poderia receber pacientes dos Estados vizinhos, onde há saturação no sistema de saúde, Amaral informou que Minas não pode se sentir confortável para fazer isso, já que deve estar preparada para o aumento no número de casos.

Notificações

Enquanto a situação está sob controle na ocupação de leitos em hospitais, o Estado registrou um incremento de 513% no número de notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) neste ano, em comparação a 2019. Até o momento, o Estado tem mais de 91 mil casos suspeitos da doença, correspondentes a notificações de pacientes com algum problema respiratório agudo.

De acordo com o secretário, isso não aconteceu porque houve um grande aumento no número de pessoas com Covid, mas, sim, por uma ampliação na “sensibilidade das notificações”.

Segundo ele, assim que a doença foi registrada no país, a secretaria orientou aos profissionais da saúde que notificassem qualquer tipo de problema respiratório, para que se pudesse haver uma melhor análise da chegada do novo coronavírus. Segundo o secretário, houve um grande incremento nas notificações na semana em que houve a determinação do isolamento social (12ª semana), mas nas semanas seguintes essa tendência foi diminuindo.

“Todos precisam compreender que síndrome respiratória não é sinônimo de Covid”, afirmou Amaral, acrescentando que boa parte das 91 mil notificações de casos suspeitos muitas vezes não são diagnósticos correspondentes à Covid-19. “Não há significativo aumento no número de notificações de síndrome no dia a dia, mas o acumulado vai continuar crescendo”.

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