O mineiro condenado à prisão perpétua no Reino Unido pelo assassinato da ex-companheira, em 2019, poderá cumprir o restante da pena no Brasil, conforme autorização da Justiça Federal.
Ricardo Godinho, de 41 anos, matou a ex-mulher Aliny Godinho, de 39, na frente da filha do casal, então com 3 anos, na cidade de Ewell, na Inglaterra.
No dia do crime, 8 de fevereiro de 2019, ela tinha saído de ônibus com a filha mais nova para buscar os outros três filhos na escola. Ricardo Godinho usou um carro para seguir o ônibus e esfaqueou a mulher várias vezes quando ela desceu do coletivo.
O casal de mineiros estava separado há dois meses, mas o brasileiro não aceitou o fim do relacionamento. A condenação à prisão perpétua ocorreu cinco meses depois do feminicídio pelo Tribunal da Coroa do Reino Unido, em Guildford.
A prisão perpétua é a pena mais grave da justiça britânica. Como no Brasil a pena máxima é de 30 anos, o juiz da 11ª Vara Federal, Jorge Costa, adaptou a pena ao sistema brasileiro. Com isso, o acusado teve a pena fixada em 30 anos de reclusão para ser cumprida em nosso país. A decisão estabelece ainda a dedução do tempo já cumprido.
A decisão foi proferida em 5 de maio, em resposta a um pedido de transferência via cooperação judiciária internacional, segundo o acordo de transferência de presos entre os governos do Brasil e do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.
O juiz autorizou a transferência do brasileiro para a penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, porque fica mais perto da casa dos parentes do condenado.
A Secretaria de Estado de Justiça (Sejusp) informou que o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) ainda não foi notificado sobre o caso pelas autoridades competentes.
A Sejusp acrescentou que, assim que for comunicada oficilamente, será dado andamento aos trâmites de praxe junto à Superintendência de Gestão de Vagas para receber o condenado em uma das unidades do sistema.
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