Moda do "rolezinho" migra para o interior de Minas

Renata Galdino, Danilo Emerich e Alessandra Mendes
16/01/2014 às 06:45.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:22
 (Reprodução)

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Surgido na capital mineira e região metropolitana em agosto de 2013, o “rolezinho” em shoppings já se espalha pelo interior do Estado. Pelo Facebook, até o início da noite da última quarta-feira (15), mais de 800 pessoas tinham confirmado presença no “Rolezinho com os amigos”, programado para sábado no Shopping Uberaba (Triângulo Mineiro).

Cerca de 4.600 convites foram enviados a contatos da rede social. O número de adesões é maior do que o do evento previsto para o domingo no Pátio Savassi, na zona Sul de Belo Horizonte: 552 até a última quarta-feira (15).

O subcomandante do 4º Batalhão de Polícia Militar de Uberaba, major Júlio César Oliveira, diz que a corporação registrou, em novembro do ano passado, boletim de ocorrência de tumulto entre seguranças e adolescentes, devido a um encontro entre os menores no mall.

A administração do shopping nega o episódio. No entanto, Lucy Jardim, gerente de marketing do centro de compras, acredita que, caso ocorra o evento no próximo sábado, ele não será nas mesmas proporções dos realizados nos grandes centros urbanos.

“Além de fazer reuniões com a Polícia Militar, monitoramos as redes sociais. Desde que os encontros começaram a ocorrer em Belo Horizonte, os seguranças estão sendo treinados para conduzir de forma pacífica”, diz.
 
Jovens marcam encontro em shopping de Uberaba (Foto: Reprodução)

O major Júlio César garante que a intenção da polícia é manter a ordem pública, mas sem usar violência. De qualquer forma, o efetivo será reforçado.

Desde 2013, a corporação está em contato com a Promotoria da Infância e da Juventude, o Conselho Tutelar e a Prefeitura de Uberaba buscando a promoção de trabalhos de inclusão dos adolescentes.

Sem definição

Do encontro de 55 representantes de shoppings da Grande São Paulo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), na última quarta-feira (15), não saiu uma definição do que será feito com relação aos rolezinhos.

Segundo a assessoria de imprensa da entidade, cada administração tem autonomia para determinar como vai agir, inclusive pedindo à Justiça liminares proibindo a realização dos eventos.

Nesta quinta e sexta, respectivamente, haverá reunião com administradores de shoppings de Porto Alegre e do Rio de Janeiro.

Shoppings da capital ‘rastreiam’ internautas

Para evitar incidentes como os registrados no ano passado, quando jovens combinaram pelas redes sociais encontros que geraram tumultos em shoppings da capital, os estabelecimentos já reforçaram o esquema de segurança. Ainda assim, o receio de prejuízos por causa dos eventos existe. A justificativa é a de que os “rolezinhos” afastam os clientes.

“Quem frequenta o shopping no fim de semana acaba deixando de ir por temer confusão. E os lojistas pagam o preço das lojas vazias”, explica o superintendente da Associação dos Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais (AloShopping), Alexandre França.

Prevendo esse tipo de efeito, as administrações de shoppings de BH até criaram um perfil fake (falso) no Facebook para monitorar os eventos. Se fazendo passar por adolescentes interessados nos encontros, seguranças acompanham as conversas. Policiamento reforçado também será adotado contra os tumultos.

“Sabemos dos próximos eventos marcados por redes sociais e montamos uma estratégia. A PM fará a segurança no lado de fora e só entrará no shopping se for chamada”, afirma a chefe do Comando do Policiamento da Capital (CPC), coronel Cláudia Araújo Romualdo. Segundo a comandante, o risco do evento é a presença de pessoas mal-intencionadas infiltradas entre os jovens que promovem o “rolezinho”.
 

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