Moradores da PPL fazem protesto por desaparecimento de jovem abordado por PM

Carlos Calaes - Do Hoje em Dia *
21/09/2012 às 19:10.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:29

(Carlos Rhienck)

Dezenas de moradores da favela Prado Lopes, noroeste de Belo Horizonte realizaram uma grande manifestação que interditou parcialmente a avenida Antônio Carlos no final da tarde desta sexta-feira (21), em fente ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoas (DHPP). Eles cobraram respostas sobre o desaparecimento, na última segunda-feira (17), do adolescente Mateus Souza Lopes, o "Ronaldão", de 15 anos.

Revoltados, moradores culpam policiais militares pelo desaparecimento do adolescente que sofreria de distúrbios mentais e faz uso de medicamentos controlados.

Após a manifestação, a mãe do adolescente, Carmen Helena de Souza, de 37 anos, juntamente com outros familiares e amigos, foram recebidos pelo chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil, delegado Wagner Pinto de Souza e pela delegada Cristina Coelli, chefe da Divisão de Referência à Pessoa Desaparecida, onde formalizaram a denúncia.

Segundo as primeiras informações de moradores, "Ronaldão", teria comprado por R$ 100 a motocicleta placa HKY-8227, de Contagem, supostamente roubada. A moto logo se transformou em diversão para vários jovens sem habilitação, que pilotavam na rua Popular.

Na noite de 17 de setembro, policiais militares do Grupo Especializado de Policiamento em Área de Risco (Gepar), Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) e uma viatura Palio da PM teriam dado uma batida na rua Popular e apreendido a motocicleta, que estava com queixa-furto.

Nesse dia, segundo moradores, "Ronaldão" teria voltado para sua casa, onde deixou o capacete, e saiu de bicicleta. A partir daí não foi mais visto. Eles acreditam que os policiais militares sejam os responsáveis pelo sumiço do adolescente. No Detran existe o registro de entrega da motocicleta no pátio.

Em nota oficial divulgada na noite desta sexta-feira, a Polícia Militar informou que tomou ciência dos fatos referentes ao desaparecimento do menor através da mídia depois das 18 horas. Até o presente momento nenhuma denúncia foi oficializada junto à Companhia ou Batalhão responsáveis pelo policiamento na região Noroeste de Belo Horizonte.

Ainda de acordo com a nota, "em face dos fatos divulgados até o momento, o comando do 34º Batalhão determinou uma investigação preliminar. Aparentemente trata-se de um crime de natureza civil e que a Polícia Civil deverá também investigar o fato. Tão logo o comando da unidade tenha informações relevantes sobre a apuração dos fatos, os divulgará oportunamente", finaliza a nota.

* Com Pedro Rotterdan

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