Moradores de Nova Lima acusam prefeitura de abandonar a cidade

Ernesto Braga - Do Hoje em Dia
31/01/2013 às 12:29.
Atualizado em 21/11/2021 às 21:33
 (Marcelo Prates)

(Marcelo Prates)

Em junho de 2012, Vicente Rodrigues Gonçalves, de 54 anos, que trabalha com publicidade em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, protocolou na prefeitura do município pedido para que a rede de esgoto da casa dele fosse ligada à coletora do bairro Alvorada. Mas o serviço só começou a ser feito na semana passada, sete meses depois.

“Paguei a taxa de R$ 199 em 13 de junho e fiquei esperando todo esse tempo”, diz Vicente. Próximo à casa dele, um bueiro destampado acumula água na rua Alberto Lemos Mota, no bairro Cristais. Temendo a proliferação do mosquito da dengue e o risco de uma criança cair no buraco, moradores cobram providências há seis meses. Até a semana passada, nada tinha sido feito.

Da janela da prefeitura, dá para ver outro potencial criadouro do Aedes aegypti: uma fonte luminosa na praça Bernardino de Lima, no Centro. “Toda a cidade está precisando de limpeza e de capina. Um dos efeitos da sujeira esparramada pela rua são as inundações na época de chuva. Pela primeira vez, a casa do meu filho foi invadida pela enxurrada, neste mês, no bairro Cascalho”, lamenta o vigilante Juvercino Barbosa, de 74 anos.

Para moradores, o acúmulo de lixo e mato pelas ruas e espaços públicos de Nova Lima é reflexo do fim dos mutirões antes organizados pela prefeitura. “Pessoas desempregadas eram recrutadas e recebiam um determinado valor para fazer a limpeza, mas esses mutirões acabaram”, afirma Vicente. Em frente à casa dele, uma área verde está abandonada e servindo de pasto para cavalos. “Criaram para o lazer, mas foi desativada porque é uma área de risco geológico. O espaço está sendo invadido aos poucos”, diz.

Placas

Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar: embora as reclamações sobre o visual da cidade sejam muitas, placas com avisos de obras são vistas em vários prédios públicos, principalmente escolas e postos de saúde. “A educação foi, sem dúvida, a mais contemplada com investimentos nos últimos anos. Nas escolas houve melhorias, creches foram construídas e os professores fizeram cursos de capacitação”, ressalta Roney Bernardes, coordenador do Movimento SOS Nova Lima e membro do Conselho de Desenvolvimento Ambiental (Codema) local.

Moradora da rua Maestro Manasses Alexandre, Neusa Souza, de 56 anos, elogia a rede de saúde pública de Nova Lima. “Fiz cirurgia de coração e tenho boa assistência aqui. Nunca faltou remédio na policlínica. Só acho que precisa de mais médicos”.

No bairro Osvaldo Barbosa Pena está sendo construída uma unidade de pronto-atendimento (UPA) e o centro de saúde do Chácara dos Cristais é ampliado. Segundo Roney, as obras estão sendo feitas para corrigir as falhas na saúde. “É um setor muito mal servido, que oferece apenas o atendimento básico. Agora, está começando a melhorar”.

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