Moradores de um dos pontos mais tradicionais de Belo Horizonte perderam a paz. Eles denunciam que o entorno da Praça Ernesto Tassini, no Santa Tereza, na zona Leste, virou reduto do tráfico de drogas. Muitos usuários consomem no próprio local os entorpecentes. Flagrantes diários ainda não coibidos pelas autoridades policiais, que alegam desconhecer o problema.
“Traficantes circulam por aqui livremente, dia e noite, entregam drogas para quem quiser, inclusive para menores de idade. Outros até se assentam no banco da praça ou nas esquinas, à espera dos compradores. Já vi vários tipos de entorpecentes sendo escondidos em árvores, buracos e muros”, denuncia uma das vizinhas da praça.
“Antigos moradores do bairro estão deixando de frequentar a região devido ao péssimo comportamento das pessoas que circulam por ali”, completa.
Rotina
Cenas de consumo de droga são corriqueiras, segundo a comunidade. Dependentes químicos não se intimidam e usam os entorpecentes até sob as janelas das casas. “Eles exibem cachimbos (de crack) uns para os outros e nos ameaçam”, relata um morador. Acuados, pedestres estariam deixando de usar um atalho para o metrô com medo de assaltos praticados por usuários de drogas para sustentar o vício.
Dezenas de fotos tiradas por moradores reforçam as denúncias. Há pelo menos dez meses, vizinhos da Praça Ernesto Tassini registram com câmeras as ações criminosas. Também reúnem dados, como placas de carros e motos utilizadas na suposta distribuição das drogas.
Um abaixo-assinado com mais de 300 nomes será apresentado aos órgãos públicos, cobrando providências. A esperança é a de que a região volte a ser tranquila como antes. Queixas feitas à polícia pelo 190 e o 181 não surtiram efeito, reclamam.
Resposta
Procurada pelo Hoje em Dia, a Polícia Militar informou desconhecer a situação, mas se comprometeu a avaliar as denúncias. “Vamos passar todas as informações para o serviço de inteligência, para as viaturas que fazem ronda diária no bairro e policiais que trabalham na região. Além disso, iremos reforçar o policiamento na praça”, afirmou o capitão da 20º Companhia do 16º Batalhão da PM, Adriano Kelmer.