Moradores do Beco Fagundes voltam a protestar contra despejo e demolição: 'estamos resistindo'

Marina Proton
mproton@hojeemdia.com.br
Publicado em 12/01/2022 às 09:33.Atualizado em 18/01/2022 às 00:52.
 (Lucas Prates)
(Lucas Prates)

Moradores do Beco Fagundes, no bairro Jardim Teresópolis, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fazem, desde a madrugada desta quarta-feira (12), um protesto contra a decisão de despejo e demolição de residências no local. Segundo moradores, o trabalho realizado pela Defesa Civil começaria nesta manhã.

Segurando cartazes com dizeres como “moradia digna é um direito humano” e “não vamos aceitar esmola, queremos nossa moradia”, as famílias ocupam o espaço que dá acesso ao beco. 

Segundo a dona de casa Rosilaine Nogueira dos Santos, porta-voz dos moradores, a manifestação é um sinal de resistência. “Ficamos sabendo que eles iam cumprir a ordem de despejo hoje, mas ninguém apareceu até o momento. Ninguém da prefeitura ainda nos disse nada”, disse. 

Ela disse, ainda, que uma reunião de conciliação marcada para a tarde desta quarta, entre representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, Procuradoria-Geral de Betim, do advogado que representa os moradores e a Defesa Civil, foi cancelada. 

Entenda

As vinte e sete famílias que moram no Beco Fagundes vivem dias de apreensão. No início desde ano, eles foram avisados que as residências seriam demolidas. Segundo informou a prefeitura da cidade, a medida ocorre diante de uma determinação da Justiça e foi baseada em laudos da Defesa Civil que classificam o local como de alto risco geológico. 

Uma segunda decisão da Justiça, porém, determinou a suspensão temporária dos trabalhos. A medida seguiu até o último sábado (8), quando a administração municipal conseguiu um alvará que permite a retomada da demolição. Não foi informado, no entanto, quando isso ocorreria. 

No local, numa extensão de cerca de 14.200 m², estão 75 casas, sendo 27 ainda ocupadas, e dois prédios, que seriam demolidos no último dia 5. Para aqueles que ainda vivem no local, a prefeitura oferece duas possibilidades: a inclusão no programa de Aluguel Social ou a imediata mudança para casas populares construídas pela gestão. 

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