Moradores pedem solução para cães soltos nas ruas de Belo Horizonte

Michelle Maia - Do Hoje em Dia
06/02/2013 às 11:41.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:46
 (Toninho Almada)

(Toninho Almada)

A soltura de cães e gatos nas ruas de Belo Horizonte pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) tem gerado controvérsia. O procedimento é realizado desde 2008, três anos depois de o abate de animais sadios ser abolido na cidade. Porém, moradores dizem que os bichos precisam de mais cuidados, além da mera “libertação”.

No bairro Jardim Pirineus, na zona Leste da capital, oito cães passam fome e são alvo de violência. Pelo menos é o que denunciam moradores da região, que flagraram a carrocinha fazendo a soltura dos animais – todos ainda com uma etiqueta de identificação do CCZ.

Eles recebem o carinho de alguns vizinhos. “O problema não são os cães soltos aqui na rua, mas o descaso”, disse a autônoma Rachel Araujo Schiavo, que improvisou um abrigo na calçada. Voluntários colocam água e dão ração duas vezes ao dia.
 
Cães errantes

 
Outra moradora, Alzira Dias, cuida dos cachorros errantes do bairro há quatro anos, junto a outros vizinhos. Os animais são castrados e vacinados, para depois serem levados à adoção. “Fazemos de tudo para não ter mais cachorro abandonado aqui, e agora soltam oito de uma vez. É uma judiação”, afirmou.

Para Alzira, o município deveria criar um centro permanente para adoção. No procedimento do CCZ, cães e gatos sadios são colocados à disposição da população durante 20 dias. Os que não ganham um novo dono são devolvidos, à região onde foram capturados, castrados e com um chip de identificação. Apenas os animais doentes são sacrificados.

Na avaliação da ex-presidente da Sociedade Protetora dos Animais, Wilma Brandão, a atitude do CCZ não é a mais correta, mas é melhor que sacrificá-los. “O ideal seria um espaço para dar cuidados permanentes”.

A médica veterinária Juliana Borges concorda. “Acho que o poder público não faz o papel completo de manter os animais abrigados até a adoção. Ajudaria muito se a prefeitura tivesse um centro permanente. Até certo ponto, o município age corretamente, mas ignora parte do processo, criando um novo problema ao soltar o animal”.

Para adotar um cão ou gato recolhido no CCZ, é preciso comparecer à rua Edna Quintel, 174, bairro São Bernardo.

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