Moradores tentam barrar empreendimento imobiliário em área cobiçada de Sete Lagoas

Da Redação
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Publicado em 25/11/2016 às 21:38.Atualizado em 15/11/2021 às 21:49.

A construção de empreendimentos imobiliários em uma área verde de Sete Lagoas, na região Central de Minas, tem gerado polêmica. Um condomínio com 14 apartamentos foi finalizado e outro do mesmo porte está sendo erguido no bairro Esplanada dos Moinhos. Os terrenos ficam em um local formado por 40 chácaras. Cada lote tem cerca de mil metros quadrados.

Contrários à construção de prédios na região tranquila e arborizada, os moradores se organizaram na tentativa de impedir o início da segunda obra e a venda dos apartamentos do condomínio já concluído. O embate tomou proporções maiores há duas semanas, quando um dos terrenos começou a ser desmatado.

“Eles tiraram árvores nativas. Assim, percebemos que seria necessário intervir para barrar a construção”, conta o advogado Guilherme Andrade, diretor da associação de moradores do bairro. 

“Nós compramos o terreno aqui para ter um lugar de descanso. Construí minha casa com 300 metros quadrados e o resto é área verde. Aqui, eu e os demais moradores até nos reunimos na rua para confraternizar”, complementa o advogado.

Residências ficam no bairro Esplanada dos Moinhos, local cercado por mata nativa; são 40 chácaras e, cada lote, tem cerca de mil metros quadrados

As famílias recorreram à Câmara Municipal. Na última quarta-feira, proprietários das chácaras e a administração pública participaram de uma audiência pública para debater a situação. A principal reivindicação da comunidade é que a legislação seja alterada para proibir novos empreendimentos como esses no bairro. 

Um Anteprojeto de Lei Complementar foi elaborado na Câmara. O texto prevê mudar a lei atual, impedindo as construções. O vereador Gonzaga, autor da proposta, não foi encontrado para falar sobre o assunto. Ninguém no gabinete dele soube explicar o projeto.

Sem infraestrutura

Os moradores alegam que o local não tem infraestrutura adequada para comportar condomínios com muitas famílias. A água da região vem de poço artesiano e o local não é atendido por rede pública de saneamento. Os dejetos são jogados em fossa séptica. Além disso, as pessoas temem que os empreendimentos se espalhem por toda a região,</CW><CW8> prejudicando a arborização e os demais recursos naturais. 

Procurada, a prefeitura de Sete Lagoas não disponibilizou fonte para falar do assunto. Questionada sobre as reivindicações dos moradores, respondeu por meio de nota. Conforme o texto enviado, a possibilidade de novos prédios está dentro das normas previstas. As habitações têm somente dois pavimentos e estão regularizadas.

A diretoria de uma das construtoras responsável pelo edifício que já foi erguido alegou ter cumprido a legislação e disse aguardar decisão judicial para dar início à venda dos apartamentos. No entanto, não foram fornecidos detalhes do que seria essa pendência na Justiça. Já a outra empresa foi procurada várias vezes, mas ninguém foi localizado para falar sobre o assunto.

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