Morte de piloto mineiro da TAM no Mato Grosso do Sul é investigada

Ana Clara Otoni - Do Portal HD
03/08/2012 às 14:14.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:07

  Muito mistério ronda a morte de um piloto da TAM, natural de Contagem, ocorrida no interior do Mato Grosso do Sul. Ele foi assassinado com um tiro no olho às margens da BR-262, em Anastácio, a 154 km de Campo Grande, dentro de uma caminhonete de luxo avaliada em R$ 140 mil. Um inquérito policial foi aberto nessa quinta-feira (2) para apurar o crime que ocorreu na noite de quarta-feira (1º). O delegado Mário Donizete Ferraz de Queiroz, que está a frente da investigação, disse que trabalha com a hipótese de que o autor do homicídio tivesse a intenção de roubar a caminhonete Hilux 4x4 que era conduzida pelo piloto Marco Antônio Leão Ramos, de 40 anos. "Trinta minutos antes do crime acontecer uma caminhonete do tipo já havia sido abordada, mas o condutor conseguiu arrancar e pedir ajuda por estar perto do Batalhão do Corpo de Bombeiros", afirmou o delegado. O local onde o corpo foi encontrado fica em uma área habitada da cidade, no bairro Jardim Independência. Na carteira dele foram encontrados R$ 521, cartões de crédito e dinheiro. Ocupantes de uma S10 de cor branca são suspeitos de terem cometido o crime, já que o carro foi flagrado escoltando a caminhonete de luxo pelas câmeras de segurança de um estabelecimento comercial e de uma rua da cidade, conforme o delegado.    Segundo o policial civil, o piloto passava as férias todos os anos na cidade de Anásticio com a família. "Ele gostava de pescar no Porto da Manga, que fica perto de Corumbá e é muito frequentado por turistas", contou. O dono do hotel onde o piloto estava hospedado com o pai, a mãe e a namorada confirmou ao delegado que o piloto já havia se hospedado no local no ano passado. O crime ocorreu por volta das 22h40 quando Ramos foi até um posto de combustível para comprar galões de gasolina, que seriam usados para abastecer a lancha do piloto que pretendia pescar no dia seguinte com o pai. Porém, de acordo com a Polícia Civil, o estabelecimento não aceitava o pagamento com cartões de crédito e, por isso, o piloto se propôs a ir buscar um cheque no hotel. O pai dele teria ficado no local aguardando o filho, porém, estranhou a demora dele e decidiu ir até o hotel.    No hotel, homem foi informado de que o filho não teria ido até o local, foi quando o policial acionou a polícia. Os militares encontraram o corpo do piloto dentro da caminhonete com uma perfuração no olho esquerdo. "O mesmo projétil que atingiu o piloto estourou o vidro direito da porta traseira do carro", disse o delegado. A perícia mostrou ainda que o autor do crime tentou retirar a lancha que estava na parte traseira da caminhonete, mas não conseguiram. "Ainda há várias perguntas sem respostas, mas eu acredito que quem fez isso tinha uma encomenda de uma caminhonete do tipo. O piloto pode ter reagido ao crime e eles atiraram. No susto, fugiram sem levar nada já que a área é habitada", contou o delegado. Segundo ele, o reboque no qual a lancha estava aclopada estava com o pneu furado, o que também pode ter prejudicado a ação dos suspeitos.    As imagens do circuito interno de segurança de um outro posto de combustível - que fica próximo ao local onde o corpo foi encontrado - e de uma rua próxima foram anexadas ao inquérito policial. O delegado informou que não há pistas do paradeiro e identificação do carro, mas que as imagens podem ajudar na investigação. "Uma pessoa que passava perto do local confirmou ter visto a S10 branca, isso tudo pode ajudar a solucionar o caso", disse o delegado. A localização estratégica do Mato Grosso do Sul, por estar na rota das fronteiras entre Paraguai e Bolívia, é mais um ponto que reforça a hipótese de Queiroz de que o crime tenha sido uma tentativa de roubo, que terminou em morte. "Se o cara rouba um carro aqui, em três horas ele está no Paraguai ou na Bolívia. Estamos nessa rota", disse.    O corpo do piloto foi encaminhado para Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), nessa quinta-feira. Ele será cremado no Cemitério Parque Renascer, na mesma cidade. A cerimônia de cremação está marcada para as 16h30. A TAM informou apenas que o funcionário estava de férias e não quis dar mais dados, como o tempo em que ele trabalhou na companhia aérea. A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul informou que não acionou a Polícia Civil de Minas Gerais para auxiliar no caso por considerar que o homicídio foi uma fatalidade recorrente de um caso local. O delegado afirmou ainda que não se pode dizer que tenha sido um latrocínio (roubo seguido de morte), já que não houve roubo. 

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